Etiologia
A maioria dos pacientes com NT tem compressão focal da raiz do nervo trigêmeo na zona de entrada da raiz por meio de uma alça vascular aberrante (normalmente, a artéria cerebelar superior). No entanto, muitos pacientes apresentam compressão similar no lado assintomático contralateral, e os pacientes assintomáticos, sem NT, podem apresentar compressão vascular similar. Para atribuir NT à compressão neurovascular, o vaso aberrante deve induzir alterações anatômicas na raiz do nervo trigêmeo, por exemplo distorção ou atrofia.[2][4] Há relatos de compressão do nervo trigêmeo por malformações vasculares verdadeiras (aneurismas ou malformações arteriovenosas), mas são raros.[7][8] Os tumores da fossa posterior também podem produzir sintomas que mimetizam a NT.[9]
A NT é 20 vezes mais prevalente em indivíduos com esclerose múltipla (EM), em comparação com a população em geral.[10] Os indivíduos com EM que têm NT geralmente apresentam placas desmielinizantes na ponte, abrangendo a zona de entrada da raiz do nervo trigêmeo.[11][12] Entretanto, um estudo sugere que a identificação de anormalidades de zona de entrada da raiz à ressonância nuclear magnética (RNM), que é mais prevalente que o considerado previamente na população com EM, ocorre frequentemente na ausência de sintomas trigeminais.[13]
Casos raros de NT foram relatados em associação a infartos do tronco encefálico e à deposição de amiloide e cálcio na via sensitiva do trigêmeo.[14]
Fisiopatologia
Acredita-se que a desmielinização focal e as aberrações de condução resultantes (transmissão efática) representam o mecanismo fisiopatológico da dor neuropática da neuralgia do trigêmeo.[3] Os exames de patologia pós-mortem de pacientes com neuralgia do trigêmeo (NT) secundária a uma alça vascular aberrante demonstram perda crônica focal de mielina na zona de entrada da raiz, perto da região de compressão vascular. Os espécimes patológicos têm evidências mínimas ou ausentes de inflamação continuada. Focos de desmielinização abrangendo a zona de entrada da raiz foram descritos em espécimes patológicos de pacientes com EM e NT.[15][16]
Classificação
A neuralgia do trigêmeo é classificada como clássica, secundária ou idiopática, dependendo da causa subjacente:[1][2][3][4]
A NT clássica (75% dos casos) é causada pela compressão vascular intracraniana da raiz do nervo trigêmeo.
A NT secundária (15% dos casos) é causada por outro processo patológico, por exemplo esclerose múltipla ou tumor.
A NT idiopática (10% dos casos) é diagnosticada quando não é encontrada nenhuma lesão ou doença que possa ter causado a neuralgia do trigêmeo.
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