Abordagem
Geralmente, a avaliação da hipercalcemia começa após um relatório incidental da análise do sangue e, em seguida, uma consideração das possíveis etiologias.[10]
Quadro clínico
Pontos importantes para cobrir na história incluem:
Dor óssea: pode sugerir metástases nos ossos longos
Nefrolitíase: típica no hiperparatireoidismo
Letargia, fadiga fácil
Confusão
Depressão, irritabilidade
Constipação: também podem estar presentes sintomas gastrointestinais clássicos (náuseas, vômitos, dor abdominal, úlcera péptica, pancreatite)
Poliúria, polidipsia
Perda de peso: identificaria maior probabilidade de malignidade do que hiperparatireoidismo
Momento dos sintomas: sintomas crônicos são mais consistentes com hiperparatireoidismo, enquanto o início recente de sintomas sugere malignidade
Medicamentos, inclusive suplementos e medicamentos de venda livre
História familiar: hipercalcemia hipocalciúrica
"Ossos, cálculos, gemidos e lamentos" é uma boa tática para ajudar a memorizar alguns sintomas comuns da hipercalcemia (dor óssea, nefrolitíase, dor abdominal e sintomas psiquiátricos).[21]
O exame geralmente não é útil para confirmar o diagnóstico.
Investigações
As causas mais comuns de hipercalcemia são hiperparatireoidismo primário e malignidade, que são responsáveis, em conjunto, por 90% dos casos.[2][10]
Eles podem ser diferenciados por meio da solicitação do nível sérico do paratormônio (PTH) e de um teste simultâneo de repetição de cálcio.
O cálcio sérico total geralmente é satisfatório, mas caso haja uma concentração de proteína plasmática acentuadamente elevada ou baixa, a fração fisiologicamente relevante é o cálcio ionizado. O cálcio sérico normal ou o cálcio plasmático total deve ser de 2.13 a 2.63 mmol/L (8.5 a 10.5 mg/dL); o cálcio ionizado deve ser de 1.15 a 1.27 mmol/L (4.6 a 5.1 mg/dL).[3]
O PTH está elevado no hiperparatireoidismo primário, apesar de o nível elevado de cálcio indicar uma desconexão entre o hormônio regulador e o íon. Na malignidade, o cálcio está elevado em decorrência de uma anormalidade humoral com a proteína relacionada ao PTH ou da destruição óssea nas metástases.[14] Em casos de malignidade, o PTH pode estar muito baixo ou fracamente detectável, já que o cálcio elevado deve inibir a secreção de PTH.[22]
Passo a passo
Hipercalcemia incidental
A história deve ser colhida e a coleta de cálcio e PTH devem ser realizadas simultaneamente. Se ambos estiverem elevados, a causa é o hiperparatireoidismo primário. Se o PTH estiver entre normal e baixo em virtude da hipercalcemia, a causa mais provável é malignidade.
Doença osteometabólica sintomática
Exame de imagem dos ossos (incluindo radiografia de esqueleto e de áreas dolorosas)
A medição de PTH deve ser realizada simultaneamente com a do cálcio
Densitometria óssea.
Coma
As investigações incluem cálcio e eletrólitos, glicemia, ureia, hematócritos e um ECG. O nível de cálcio deve estar >3.25 mmol/L (>13 mg/dL) para justificar o coma. A hipercalcemia pode ser um componente da desidratação e não a causa direta ou imediata da diminuição da consciência.
O hiperparatireoidismo primário, se suspeitado, pode ser diferenciado da hipercalcemia hipocalciúrica familiar pela medição da excreção urinária de cálcio em 24 horas.[9]
Os exames adicionais que devem ser considerados são: níveis de vitamina D para verificar intoxicação por vitamina D; níveis de creatinina e ultrassonografia renal para investigação de insuficiência renal crônica e hiperparatireoidismo secundário; e radiografia torácica para verificação de sarcoidose (em caso de sintomas pulmonares, por exemplo, tosse e dispneia).
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