Prevenção primária
A prevenção primária é que pessoas com distúrbio relacionado à cinetose ou distúrbio relacionado à cinetose visualmente induzida (DCIV) evitem ambientes com movimentos provocativos, ou que pelo menos escolham meios de transporte menos provocativos quando possível. Entretanto, quando não for possível evitar a viagem, alguma proteção para evitar o desenvolvimento de cinetose pode ser proporcionada por meio de diversas táticas.
Em veículos, o motorista deve dirigir de maneira lenta e suave. A pessoa suscetível à cinetose deve sentar-se no banco da frente, ficar bem firme no veículo, não fazer movimentos com a cabeça e fixar os olhos no horizonte. Atividades como ler dentro do veículo devem ser evitadas, pois elas criam um conflito entre os reflexos vestibulares que atuam para estabilizar os olhos no ambiente externo e os reflexos visuais que acompanham o texto. Esses conflitos sensoriais provocam e intensificam a cinetose.
Em navios e trens, maior benefício é obtido ao sentar em direção à porção frontal do trem e aproximadamente no meio do navio.[12] Uma posição próxima do centro de rotações em um navio/barco minimiza os componentes verticais e lineares do movimento.
A visão da rodovia ou do horizonte à frente pode ajudar a prevenir cinetose em alguns indivíduos, enquanto outros se sentem muito melhor com os olhos fechados. Em uma viagem de navio, uma posição abaixo do deque proporciona maior suscetibilidade a sentir-se mal com o movimento do mar, enquanto outros podem obter maior alívio ao deitar e fechar os olhos. O viajante deve determinar a melhor tática (olhos abertos ou fechados; vista do interior ou do horizonte à frente).[12][22][59]
Em trens pendulares de alta velocidade, a cinetose pode ser amplamente evitada ao obscurecer a vista de fora da janela que mostra a paisagem inclinada.[27]
Em aviões, a cinetose se torna significativa durante turbulências ou durante a aterrissagem ou decolagem. A vista fora da janela da cabine mostrando que o avião está se inclinado de modo significativo e qualquer movimento de cabeça feito durante uma manobra que provoque um estímulo vestibular incomum podem ser altamente nauseogênicos. Um passageiro suscetível deve ficar sentado e parado, com os olhos fechados.
Durante a turbulência, a sensação visceral desagradável provocada pela súbita perda de altitude do avião pode ser minimizada apertando o cinto de segurança em torno dos quadris, mantendo o corpo contra um assento que tenha braços e apoio para as pernas, contraindo os músculos ventrais do tronco e concentrando-se em controlar a respiração, mantendo-a regular e com profundidade moderada. O ato de pressionar o local de acupuntura P6 (encontrado entre os tendões dos músculos palmar longo e flexor radial do carpo, a uma distância equivalente a 3 dedos do paciente em relação à prega do flexor no punho) pode ajudar alguns pacientes.[60][61]
Concentrar-se em controlar a respiração, mantendo-a regular e com profundidade moderada, ajuda a prevenir o desenvolvimento de cinetose e a aliviar os sintomas. Os ciclos respiratórios naturalmente se sincronizam com o movimento periódico, como ocorre em um navio. A dessincronização deliberada da respiração com o movimento do veículo proporciona grande benefício.[62]
Estar no controle do veículo (por exemplo, motorista, piloto, timoneiro), em vez de ser um passageiro, fornece proteção significativa contra a cinetose. Os pacientes devem estar no controle do veículo, se possível. Além disso, os passageiros que têm vista da estrada são menos propensos a apresentar sintomas em comparação com aqueles que não têm.[13]
Outras técnicas comportamentais para prevenir ou reduzir a cinetose incluem permanecer hidratado; limitar a ingestão de álcool e cafeína; consumir refeições pequenas e frequentes; evitar o fumo; e usar distrações (por exemplo, respiração controlada, música, aromaterapia, pastilhas aromatizadas).[9]
Prevenção secundária
A farmacoterapia pode ser usada para prevenção de cinetose ocasional em pessoas com distúrbio relacionado à cinetose ou DCIV. Os medicamentos usados incluem antimuscarínicos (por exemplo, hioscina [escopolamina]) e anti-histamínicos H1 (por exemplo, dimenidrinato, meclizina [meclozina]).[70] Entre esses medicamentos, a hioscina parece ser o mais eficaz.[71]
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Formulações orais e transdérmicas devem ser administradas várias horas antes de viajar para atingir níveis sanguíneos eficazes.
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