Ver Diferenciais para obter mais detalhes
Sepse
A sepse é um espectro de doença na qual existe uma resposta sistêmica e desregulada do hospedeiro a uma infecção.[65]Singer M, Deutschman CS, Seymour CW, et al. The Third International Consensus Definitions for sepsis and septic shock (Sepsis-3). JAMA. 2016 Feb 23;315(8):801-10.
https://www.doi.org/10.1001/jama.2016.0287
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26903338?tool=bestpractice.com
A apresentação varia desde sintomas súbitos e inespecíficos (por exemplo, indisposição com temperatura normal) a sinais graves com evidências de disfunção de múltiplos órgãos e choque séptico. Os pacientes podem apresentar sinais de taquicardia, taquipneia, hipotensão, febre ou hipotermia, enchimento capilar lentificado, pele manchada ou pálida, cianose, estado mental recém-alterado, débito urinário reduzido.[66]National Institute for Health and Care Excellence. Suspected sepsis: recognition, diagnosis and early management. Mar 2024 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng51
A sepse e o choque séptico são emergências médicas.
Os fatores de risco para sepse em crianças incluem: idade inferior a 1 ano, imunidade prejudicada (por doença ou medicamentos), cirurgia recente ou outros procedimentos invasivos, qualquer violação da integridade da pele (por exemplo, cortes, queimaduras) e acessos venosos ou cateteres.[66]National Institute for Health and Care Excellence. Suspected sepsis: recognition, diagnosis and early management. Mar 2024 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng51
O reconhecimento precoce da sepse é essencial porque o tratamento precoce melhora os desfechos.[66]National Institute for Health and Care Excellence. Suspected sepsis: recognition, diagnosis and early management. Mar 2024 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng51
[67]Weiss SL, Peters MJ, Alhazzani W, et al. Surviving sepsis campaign international guidelines for the management of septic shock and sepsis-associated organ dysfunction in children. Intensive Care Med. 2020 Feb;46(suppl 1):10-67.
https://link.springer.com/article/10.1007%2Fs00134-019-05878-6
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32030529?tool=bestpractice.com
[Evidência C]4fbddd42-78e2-41c0-9f27-d6fdae81a072guidelineCQuais são os efeitos do início precoce versus tardio do tratamento antimicrobiano empírico em crianças com sepse ou sepse grave ou risco de evoluir para sepse ou sepse grave?[66]National Institute for Health and Care Excellence. Suspected sepsis: recognition, diagnosis and early management. Mar 2024 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng51
Contudo, a detecção pode ser desafiadora porque o quadro clínico da sepse pode ser sutil e inespecífico. Portanto, é importante um limiar baixo para se suspeitar de sepse.
A chave para o reconhecimento precoce é a identificação sistemática de qualquer paciente que tenha sinais ou sintomas sugestivos de infecção e esteja em risco de deterioração devida a disfunção orgânica. Foram desenvolvidos critérios para identificar sepse e choque séptico em crianças e jovens menores de 18 anos.[68]Schlapbach LJ, Watson RS, Sorce LR, et al. International consensus criteria for pediatric sepsis and septic shock. JAMA. 2024 Feb 27;331(8):665-74.
https://jamanetwork.com/journals/jama/fullarticle/2814297
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38245889?tool=bestpractice.com
Existem várias outras abordagens de estratificação de risco. Todas contam com uma avaliação clínica estruturada e o registro dos sinais vitais do paciente.[66]National Institute for Health and Care Excellence. Suspected sepsis: recognition, diagnosis and early management. Mar 2024 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng51
[67]Weiss SL, Peters MJ, Alhazzani W, et al. Surviving sepsis campaign international guidelines for the management of septic shock and sepsis-associated organ dysfunction in children. Intensive Care Med. 2020 Feb;46(suppl 1):10-67.
https://link.springer.com/article/10.1007%2Fs00134-019-05878-6
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32030529?tool=bestpractice.com
[68]Schlapbach LJ, Watson RS, Sorce LR, et al. International consensus criteria for pediatric sepsis and septic shock. JAMA. 2024 Feb 27;331(8):665-74.
https://jamanetwork.com/journals/jama/fullarticle/2814297
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38245889?tool=bestpractice.com
[69]Royal College of Physicians. National Early Warning Score (NEWS) 2. Dec 2017 [internet publication].
https://www.rcplondon.ac.uk/projects/outputs/national-early-warning-score-news-2
[70]American College of Emergency Physicians (ACEP) Expert Panel on Sepsis. DART: an evidence-driven tool to guide the early recognition and treatment of sepsis and septic shock [internet publication].
https://poctools.acep.org/POCTool/Sepsis(DART)/276ed0a9-f24d-45f1-8d0c-e908a2758e5a
[71]Academy of Medical Royal Colleges. Statement on the initial antimicrobial treatment of sepsis. Oct 2022 [internet publication].
https://www.aomrc.org.uk/reports-guidance/statement-on-the-initial-antimicrobial-treatment-of-sepsis-v2-0
É importante consultar as orientações locais para obter informações sobre a abordagem recomendada pela sua instituição. A cronologia das investigações e tratamentos deve ser orientada por essa avaliação inicial.[71]Academy of Medical Royal Colleges. Statement on the initial antimicrobial treatment of sepsis. Oct 2022 [internet publication].
https://www.aomrc.org.uk/reports-guidance/statement-on-the-initial-antimicrobial-treatment-of-sepsis-v2-0
A Surviving Sepsis Campaign produziu diretrizes de tratamento que constituem ainda hoje o padrão mais amplamente aceito.[67]Weiss SL, Peters MJ, Alhazzani W, et al. Surviving sepsis campaign international guidelines for the management of septic shock and sepsis-associated organ dysfunction in children. Intensive Care Med. 2020 Feb;46(suppl 1):10-67.
https://link.springer.com/article/10.1007%2Fs00134-019-05878-6
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32030529?tool=bestpractice.com
Na primeira hora:[67]Weiss SL, Peters MJ, Alhazzani W, et al. Surviving sepsis campaign international guidelines for the management of septic shock and sepsis-associated organ dysfunction in children. Intensive Care Med. 2020 Feb;46(suppl 1):10-67.
https://link.springer.com/article/10.1007%2Fs00134-019-05878-6
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32030529?tool=bestpractice.com
Siga os protocolos institucionais para o manejo da sepse/choque séptico em crianças; estes melhoram a velocidade e confiabilidade do atendimento
Obtenha hemoculturas antes de administrar antibióticos (desde que isso não protele substancialmente a administração de antibióticos)
Administre antibióticos de amplo espectro
Administre cristaloides, ajustados pelos sinais clínicos de débito cardíaco e interrompidos se houver evidências de sobrecarga de volume. Consulte os protocolos locais.
Use as tendências dos níveis sanguíneos de lactato para orientar a ressuscitação. Se a hipotensão da criança for refratária à ressuscitação fluídica, considere o uso de vasopressores.[67]Weiss SL, Peters MJ, Alhazzani W, et al. Surviving sepsis campaign international guidelines for the management of septic shock and sepsis-associated organ dysfunction in children. Intensive Care Med. 2020 Feb;46(suppl 1):10-67.
https://link.springer.com/article/10.1007%2Fs00134-019-05878-6
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32030529?tool=bestpractice.com
Para mais informações sobre sepse, consulte nosso tópico Sepse em crianças.
Anafilaxia
Os pacientes podem apresentar comprometimento das vias aéreas, dificuldade para respirar, hipotensão e/ou taquicardia e colapso. Intervenções emergenciais incluem pedir ajuda, administrar adrenalina intramuscular, oxigênio e medidas de suporte.[72]Shaker MS, Wallace DV, Golden DBK, et al. Anaphylaxis-a 2020 practice parameter update, systematic review, and Grading of Recommendations, Assessment, Development and Evaluation (GRADE) analysis. J Allergy Clin Immunol. 2020 Apr;145(4):1082-123.
https://www.jacionline.org/article/S0091-6749(20)30105-6/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32001253?tool=bestpractice.com
[73]Golden DBK, Wang J, Waserman S, et al. Anaphylaxis: a 2023 practice parameter update. Ann Allergy Asthma Immunol. 2024 Feb;132(2):124-76.
https://www.annallergy.org/article/S1081-1206(23)01304-2/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38108678?tool=bestpractice.com
Necrólise epidérmica tóxica e síndrome de Stevens-Johnson
A necrólise epidérmica tóxica e a síndrome de Stevens-Johnson constituem um espectro de dermatite esfoliativa grave generalizada, com acometimento associado de ≥2 superfícies mucosas (oral, conjuntival, anogenital).[43]Miliszewski MA, Kirchhof MG, Sikora S, et al. Stevens-Johnson syndrome and toxic epidermal necrolysis: an analysis of triggers and implications for improving prevention. Am J Med. 2016 Nov;129(11):1221-5.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27086495?tool=bestpractice.com
Inicialmente, as lesões cutâneas podem ser semelhantes a alvos (sem vesículas centrais), embora elas geralmente se tornem confluentes e vesiculosas. O sinal de Nikolsky (vesícula induzida com pressão lateral) pode ser observado nas áreas afetadas.[43]Miliszewski MA, Kirchhof MG, Sikora S, et al. Stevens-Johnson syndrome and toxic epidermal necrolysis: an analysis of triggers and implications for improving prevention. Am J Med. 2016 Nov;129(11):1221-5.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27086495?tool=bestpractice.com
As lesões são dolorosas e o paciente parece agudamente adoecido.[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Síndrome de Stevens-Johnson: lesões-alvo e perda epidérmicaDo acervo pessoal do Dr. A. Kowal-Vern [Citation ends].
[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Síndrome de Stevens-Johnson: perda epidérmica nas solas dos pésDo acervo pessoal do Dr. A. Kowal-Vern [Citation ends].
[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Necrólise epidérmica tóxica com perda epidérmica, envolvimento ocular e ectima gangrenosoDo acervo pessoal do Dr. A. Kowal-Vern [Citation ends].
O manejo inicial inclui:
Síndrome de reação ao medicamento acompanhada de eosinofilia e sintomas sistêmicos (DRESS - drug reaction with eosinophilia and systemic symptoms)
O quadro da síndrome de DRESS parece uma erupção morbiliforme por medicamento, mas o paciente fica pior, geralmente com febre, dor abdominal, linfadenopatia e edema facial.[45]Husain Z, Reddy BY, Schwartz RA. DRESS syndrome: part I. Clinical perspectives. J Am Acad Dermatol. 2013 May;68(5):693.e1-14; quiz 706-8.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23602182?tool=bestpractice.com
[46]Adwan MH. Drug reaction with eosinophilia and systemic symptoms (DRESS) syndrome and the rheumatologist. Curr Rheumatol Rep. 2017 Jan;19(1):3.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28138822?tool=bestpractice.com
O intervalo de tempo entre a ingestão do medicamento desencadeante e os sintomas também tende a ser mais longo, geralmente de 2 a 6 semanas. Normalmente, a erupção cutânea começa no rosto, na parte superior do tronco e nos membros superiores e, em seguida, se dissemina para os membros inferiores. O envolvimento do fígado é comum, manifestando-se como hepatoesplenomegalia e transaminases elevadas. O hemograma completo pode mostrar eosinofilia e leucocitose acentuadas.[45]Husain Z, Reddy BY, Schwartz RA. DRESS syndrome: part I. Clinical perspectives. J Am Acad Dermatol. 2013 May;68(5):693.e1-14; quiz 706-8.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23602182?tool=bestpractice.com
Indica-se a supressão imediata do medicamento. O tratamento com corticosteroides orais pode ser necessário. Em reações de hipersensibilidade graves que não respondem aos corticosteroides, pode-se tentar imunoglobulina intravenosa (IGIV).
Doença meningocócica
A doença meningocócica pode evoluir rapidamente, e a deterioração clínica pode continuar mesmo com a instituição imediata da terapêutica antimicrobiana. A avaliação inicial deve seguir os princípios de suporte avançado de vida pediátrico, com avaliação das vias aéreas, respiração e circulação do paciente, e com o estabelecimento do acesso intravenoso ou intraósseo seguro por meio de cateteres de grosso calibre para a administração de fluidos.[67]Weiss SL, Peters MJ, Alhazzani W, et al. Surviving sepsis campaign international guidelines for the management of septic shock and sepsis-associated organ dysfunction in children. Intensive Care Med. 2020 Feb;46(suppl 1):10-67.
https://link.springer.com/article/10.1007%2Fs00134-019-05878-6
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32030529?tool=bestpractice.com
[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Erupção cutânea petequial na doença meningocócica invasiva.Thomas AE, et al. BMJ. 2016 Mar 22;352:i1285 [Citation ends].
Exames diagnósticos incluem hemocultura e punção lombar (se for seguro realizá-la) para exame do líquido cefalorraquidiano em pacientes com suspeita de meningite bacteriana.[74]Heckenberg SG, Brouwer MC, van de Beek D, et al. Bacterial meningitis. Handb Clin Neurol. 2014;121:1361-75.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24365425?tool=bestpractice.com
Antes de realizar uma punção lombar, trate e estabilize qualquer um dos seguintes: vias aéreas desprotegidas, comprometimento respiratório, choque, convulsões descontroladas, risco de sangramento.[75]National Institute for Health and Care Excellence. Meningitis (bacterial) and meningococcal disease: recognition, diagnosis and management. Mar 2024 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng240
Evite punção lombar se o paciente apresentar erupção cutânea purpúrica extensa ou de evolução rápida, fatores de risco para lesão com efeito de massa em evolução, sinais clínicos de pressão intracraniana elevada (nível de consciência reduzido ou flutuante, bradicardia relativa e hipertensão, novos sinais neurológicos focais, papiledema, ou postura anormal, respostas pupilares ou movimentos oculares anormais) ou infecção local no local da punção lombar.[75]National Institute for Health and Care Excellence. Meningitis (bacterial) and meningococcal disease: recognition, diagnosis and management. Mar 2024 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng240
Os antibióticos empíricos devem ser administrados o mais rápido possível a qualquer criança com suspeita de doença meningocócica.[67]Weiss SL, Peters MJ, Alhazzani W, et al. Surviving sepsis campaign international guidelines for the management of septic shock and sepsis-associated organ dysfunction in children. Intensive Care Med. 2020 Feb;46(suppl 1):10-67.
https://link.springer.com/article/10.1007%2Fs00134-019-05878-6
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32030529?tool=bestpractice.com
Os antibióticos não devem ser protelados caso a avaliação diagnóstica não possa ser completada prontamente.[75]National Institute for Health and Care Excellence. Meningitis (bacterial) and meningococcal disease: recognition, diagnosis and management. Mar 2024 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng240
Leucemia linfocítica aguda
A leucemia linfocítica aguda é o câncer hematológico mais provável de se apresentar com manifestações cutâneas. Inicialmente, os pacientes podem precisar de hidratação (com diurese e alcalinização da urina) e alopurinol ou rasburicase para prevenir a síndrome da lise tumoral associada à hiperuricemia. Transfusão de hemoderivados, incluindo transfusão plaquetária, pode ser necessária dependendo dos sintomas e do hemograma.
Síndrome da pele escaldada estafilocócica (SPEE), síndrome do choque tóxico e escarlatina
A SPEE é mais provável em crianças e se apresenta com febre mais moderada, eritema generalizado, e vesículas e erosões acentuadas nas áreas intertriginosas. O diagnóstico é primariamente clínico, já que as culturas de sangue e fluidos geralmente são negativas. O tratamento para SPEE é realizado principalmente com cuidados de suporte (com reidratação fluídica e cuidados tópicos da ferida) e antibióticos parenterais para cobrir o Staphylococcus aureus.
A síndrome do choque tóxico é manejada melhor com antibióticos parenterais contra o organismo causador (por exemplo, S aureus sensível à meticilina ou resistente à meticilina, Streptococcus pyogenes) e terapia de suporte intensivo. A mortalidade por síndrome do choque tóxico entre crianças é de aproximadamente 2%.[55]Strom MA, Hsu DY, Silverberg JI. Prevalence, comorbidities and mortality of toxic shock syndrome in children and adults in the USA. Microbiol Immunol. 2017 Nov;61(11):463-73.
https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1111/1348-0421.12539
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28892185?tool=bestpractice.com
Aproximadamente 90% dos casos de escarlatina ocorrem em crianças menores de 10 anos.[76]UK Health Security Agency. Scarlet fever: symptoms, diagnosis and treatment. Mar 2019 [internet publication].
https://www.gov.uk/government/publications/scarlet-fever-symptoms-diagnosis-treatment/scarlet-fever-factsheet
Geralmente ela é uma doença leve, mas altamente infecciosa. Ela se apresenta com um rash eritematoso generalizado, que se assemelha a uma lixa, e muitas vezes é precedida por uma inflamação na garganta (faringite, amigdalite). Um eritema faríngeo com exsudatos, petéquias palatinas e uma língua vermelha e edemaciada (em morango) são características sugestivas. Aconselha-se que os médicos mantenham um alto índice de suspeita, pois o reconhecimento precoce e o início imediato de terapias específicas e de suporte para os pacientes com infecção invasiva por estreptococos do grupo A podem salvar suas vidas. O tratamento imediato da escarlatina com antibióticos é recomendado para reduzir o risco de possíveis complicações, incluindo estreptococo do grupo A invasivo, e para limitar transmissões subsequentes.
Se um teste rápido de detecção de antígeno (RADT) para estreptococos do grupo A não estiver disponível, antibióticos podem ser prescritos após um diagnóstico clínico de escarlatina por um profissional de saúde.[77]UK Health Security Agency. Scarlet fever: managing outbreaks in schools and nurseries. Apr 2023 [internet publication].
https://www.gov.uk/government/publications/scarlet-fever-managing-outbreaks-in-schools-and-nurseries
Em países onde os RADTs para escarlatina estão disponíveis, um resultado positivo no teste pode ser necessário antes de iniciar o tratamento com antibióticos (os pacientes com sintomas virais claros não precisam de testes para bactérias estreptocócicas do grupo A).[78]US Centers for Disease Control and Prevention. Clinical guidance for Group A streptococcal pharyngitis. Mar 2024 [internet publication].
https://www.cdc.gov/group-a-strep/hcp/clinical-guidance/strep-throat.html
Se houver incerteza sobre o diagnóstico, obtenha um swab faríngeo antes de iniciar os antibióticos.[78]US Centers for Disease Control and Prevention. Clinical guidance for Group A streptococcal pharyngitis. Mar 2024 [internet publication].
https://www.cdc.gov/group-a-strep/hcp/clinical-guidance/strep-throat.html
[79]UK Health Security Agency. Group A streptococcal infections: activity during the 2022 to 2023 season. Jun 2023 [internet publication].
https://www.gov.uk/government/publications/group-a-streptococcal-infections-activity-during-the-2022-to-2023-season
[80]Shulman ST, Bisno AL, Clegg HW, et al. Clinical practice guideline for the diagnosis and management of group A streptococcal pharyngitis: 2012 update by the Infectious Diseases Society of America. Clin Infect Dis. 2012 Nov 15;55(10):e86-102.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7108032
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22965026?tool=bestpractice.com
[81]Gerber MA, Baltimore RS, Eaton CB, et al. Prevention of rheumatic fever and diagnosis and treatment of acute streptococcal pharyngitis: a scientific statement from the American Heart Association Rheumatic Fever, Endocarditis, and Kawasaki Disease Committee of the Council on Cardiovascular Disease in the Young, the Interdisciplinary Council on Functional Genomics and Translational Biology, and the Interdisciplinary Council on Quality of Care and Outcomes Research: endorsed by the American Academy of Pediatrics. Circulation. 2009 Mar 24;119(11):1541-51.
https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/CIRCULATIONAHA.109.191959?url_ver=Z39.88-2003&rfr_id=ori:rid:crossref.org&rfr_dat=cr_pub%20%200pubmed
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19246689?tool=bestpractice.com
O tratamento da escarlatina com antibióticos com base apenas no diagnóstico clínico deve seguir as diretrizes clínicas internas do país.
De acordo com a Agência de Vigilância Sanitária do Reino Unido, as notificações de escarlatina e doença invasiva por estreptococo do grupo A (iGAS) na Inglaterra foram superiores ao esperado entre setembro de 2022 e fevereiro de 2023, com o pico observado em dezembro de 2022.[79]UK Health Security Agency. Group A streptococcal infections: activity during the 2022 to 2023 season. Jun 2023 [internet publication].
https://www.gov.uk/government/publications/group-a-streptococcal-infections-activity-during-the-2022-to-2023-season
[82]UK Health Security Agency. UKHSA update on scarlet fever and invasive group A strep. May 2023 [internet publication].
https://www.gov.uk/government/news/ukhsa-update-on-scarlet-fever-and-invasive-group-a-strep-1
As notificações diminuíram significativamente desde então e agora estão em linha com o número esperado para a época do ano.[79]UK Health Security Agency. Group A streptococcal infections: activity during the 2022 to 2023 season. Jun 2023 [internet publication].
https://www.gov.uk/government/publications/group-a-streptococcal-infections-activity-during-the-2022-to-2023-season
Outros países que registaram um aumento da incidência de escarlatina e doença por iGAS durante este período incluem França, Irlanda, Países Baixos e Suécia. O aumento foi particularmente acentuado durante o segundo semestre de 2022.[83]World Health Organization. Increased incidence of scarlet fever and invasive group A streptococcus infection - multi-country. Dec 2022 [internet publication].
https://www.who.int/emergencies/disease-outbreak-news/item/2022-DON429
Endocardite infecciosa
Se a criança com suspeita de endocardite apresentar desconforto significativo (por exemplo, cefaleia, sinais meníngeos, dispneia ao esforço ou sintomas de AVC), é necessária avaliação urgente e tratamento com antibióticos de amplo espectro empíricos.[84]Dixon G, Christov G. Infective endocarditis in children: an update. Curr Opin Infect Dis. 2017 Jun;30(3):257-67.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28319472?tool=bestpractice.com
Os exames laboratoriais iniciais devem incluir hemograma completo e perfil de eletrólitos, com hemoculturas e urina para urinálise antes da administração do antibiótico, se possível. Deve-se obter um eletrocardiograma (ECG).[85]Webb R, Voss L, Roberts S, et al. Infective endocarditis in New Zealand children 1994-2012. Pediatr Infect Dis J. 2014 May;33(5):437-42.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24378941?tool=bestpractice.com
A endocardite fúngica é incomum em crianças, mas pode ser observada com cateteres centrais de demora, que podem precisar ser removidos com urgência.[52]Baltimore RS, Gewitz M, Baddour LM, et al; American Heart Association Rheumatic Fever, Endocarditis, and Kawasaki Disease Committee of the Council on Cardiovascular Disease in the Young and the Council on Cardiovascular and Stroke Nursing. Infective endocarditis in childhood: 2015 update: a scientific statement from the American Heart Association. Circulation. 2015 Oct 13;132(15):1487-515.
https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/cir.0000000000000298
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26373317?tool=bestpractice.com
Febre reumática
A maioria dos pacientes apresenta febre e uma história ou evidência de infecção recente por estreptococos do grupo A, poliartrite, cardite, coreia, eritema marginado (uma erupção cutânea rósea fugaz geralmente envolvendo tronco e extremidades proximais) e nódulos subcutâneos.[61]Webb RH, Grant C, Harnden A. Acute rheumatic fever. BMJ. 2015 Jul 14;351:h3443.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26175053?tool=bestpractice.com
[62]Miyake CY, Gauvreau K, Tani LY, et al. Characteristics of children discharged from hospitals in the United States in 2000 with the diagnosis of acute rheumatic fever. Pediatrics. 2007 Sep;120(3):503-8.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17766522?tool=bestpractice.com
O tratamento é de suporte com repouso no leito e salicilato ou anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) em pacientes com artrite. No entanto, em caso de insuficiência cardíaca, pode-se precisar de tratamento com diuréticos e inibidores da enzima conversora da angiotensina (IECA).[62]Miyake CY, Gauvreau K, Tani LY, et al. Characteristics of children discharged from hospitals in the United States in 2000 with the diagnosis of acute rheumatic fever. Pediatrics. 2007 Sep;120(3):503-8.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17766522?tool=bestpractice.com
[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Aparência típica de um eritema marginado nas costas de uma criança com febre reumática agudaCortesia do Professor Mike South, Royal Children’s Hospital Melbourne; usado com permissão [Citation ends].
Trombocitopenia imune
Geralmente, as crianças apresentam uma erupção cutânea purpúrea, mas sem distúrbios sistêmicos ou organomegalia. Algumas apresentam coagulopatia significativa.
As transfusões de plaquetas são administradas para plaquetopenia. Crianças com sangramento significativo ou de risco de vida, independentemente da contagem plaquetária, requerem uma abordagem terapêutica combinada, com transfusão de plaquetas, corticosteroides e imunoglobulina intravenosa (IGIV).[59]Teachey DT, Lambert MP. Diagnosis and management of autoimmune cytopenias in childhood. Pediatr Clin North Am. 2013 Dec;60(6):1489-511.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24237984?tool=bestpractice.com
Vasculite por imunoglobulina A (IgA) (anteriormente conhecida como púrpura de Henoch-Schönlein)
Uma apresentação clássica é a tétrade de lesões purpúricas ou petequiais (geralmente nos membros inferiores), dor abdominal, artrite/artralgia e nefropatia por imunoglobulina A (IgA).[86]Mathur AN, Mathes EF. Urticaria mimickers in children. Dermatol Ther. 2013 Nov-Dec;26(6):467-75.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24552410?tool=bestpractice.com
[87]Tabel Y, Inanc FC, Dogan DG, et al. Clinical features of children with Henoch-Schonlein purpura: risk factors associated with renal involvement. Iran J Kidney Dis. 2012 Jul;6(4):269-74.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22797096?tool=bestpractice.com
Em uma subpopulação de pacientes, é possível desenvolver comprometimento renal com nefrite rapidamente progressiva. Isso geralmente requer uma combinação de corticosteroides, imunossupressores e plasmaférese.[86]Mathur AN, Mathes EF. Urticaria mimickers in children. Dermatol Ther. 2013 Nov-Dec;26(6):467-75.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24552410?tool=bestpractice.com
[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Púrpura palpável nos membros inferiores de uma criança com vasculite por imunoglobulina A (IgA) (anteriormente conhecida como púrpura de Henoch-Schönlein)Cortesia de Paul F. Roberts, Mayo Clinic, Jacksonville, FL [Citation ends].
[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Vasculite por imunoglobulina A (IgA) (anteriormente conhecida como púrpura de Henoch-Schönlein): a púrpura afeta principalmente as pernas, até os músculos glúteos, inflamando as articulações do tornozelo e joelho, mas também pode afetar os braços e cotoveloDe Wikimedia Commons [Citation ends].
Abuso infantil e lesão autoprovocada
A presença de marcas não habituais na pele, múltiplos hematomas em várias idades, instâncias recorrentes de lesões "inexplicadas", apresentação protelada e certos tipos de lesões (fraturas metafisárias "em alça de balde", fraturas de osso longo, fraturas na costela posterior) devem aumentar a suspeita de abuso infantil.[88]Kellogg ND; American Academy of Pediatrics Committee on Child Abuse and Neglect. Evaluation of suspected child physical abuse. Pediatrics. 2007 Jun;119(6):1232-41.
https://pediatrics.aappublications.org/content/119/6/1232.long
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17545397?tool=bestpractice.com
Se houver suspeita de abuso infantil, os procedimentos de proteção à criança devem ser seguidos imediatamente.
As crianças podem cortar, cutucar ou queimar a pele em áreas acessíveis, como rosto e membros. A dermatite artefacta (DA) é uma condição cutânea causada pelas ações do paciente sobre a pele, cabelo, unhas ou mucosas.[64]Mohandas P, Ravenscroft JC, Bewley A. Dermatitis artefacta in childhood and adolescence: a spectrum of disease. G Ital Dermatol Venereol. 2018 Aug;153(4):525-34.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29683292?tool=bestpractice.com
A lesão autoprovocada intencionalmente difere da DA no sentido de que os pacientes geralmente assumirão a responsabilidade pela lesão autoprovocada, mas não reconhecerão suas ações na DA. Isso é indício de problemas de saúde mental e/ou problemas sociais e justifica o encaminhamento urgente a um profissional de saúde mental.
Doença de Kawasaki
A doença de Kawasaki é uma doença aguda, multissistêmica e febril que afeta principalmente crianças com <5 anos de idade. A erupção cutânea geralmente é maculopapular, com eritrodermia difusa ou eritema semelhante ao multiforme; o eritema perineal e a descamação são particularmente pronunciados.[89]McCrindle BW, Rowley AH, Newburger JW, et al. Diagnosis, treatment, and long-term management of Kawasaki disease: a scientific statement for health professionals from the American Heart Association. Circulation. 2017 Apr 25;135(17):e927-99.
https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/CIR.0000000000000484
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28356445?tool=bestpractice.com
[90]Jone PN, Tremoulet A, Choueiter N, et al. Update on diagnosis and management of Kawasaki disease: a scientific statement from the American Heart Association. Circulation. 2024 Dec 3;150(23):e481-500.
https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000001295?rfr_dat=cr_pub++0pubmed&url_ver=Z39.88-2003&rfr_id=ori%3Arid%3Acrossref.org
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/39534969?tool=bestpractice.com
Os critérios diagnósticos incluem febre alta por ≥4 dias, sem qualquer outra explicação, além de pelo menos quatro dos cinco critérios principais a seguir:[89]McCrindle BW, Rowley AH, Newburger JW, et al. Diagnosis, treatment, and long-term management of Kawasaki disease: a scientific statement for health professionals from the American Heart Association. Circulation. 2017 Apr 25;135(17):e927-99.
https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/CIR.0000000000000484
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28356445?tool=bestpractice.com
[90]Jone PN, Tremoulet A, Choueiter N, et al. Update on diagnosis and management of Kawasaki disease: a scientific statement from the American Heart Association. Circulation. 2024 Dec 3;150(23):e481-500.
https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000001295?rfr_dat=cr_pub++0pubmed&url_ver=Z39.88-2003&rfr_id=ori%3Arid%3Acrossref.org
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/39534969?tool=bestpractice.com
Hiperemia conjuntival bilateral sem exsudato
Linfadenopatia cervical (geralmente unilateral)
Alterações orofaríngeas (incluindo hiperemia, fissuras orais, língua em morango)
Alterações nos membros periféricos (incluindo eritema, edema na fase aguda e descamação das mãos e pés na fase subaguda)
Erupção cutânea polimorfa (maculopapular, eritrodermia difusa ou eritema semelhante ao multiforme)
Os médicos experientes podem estabelecer o diagnóstico antes, aos 3 dias de febre.[90]Jone PN, Tremoulet A, Choueiter N, et al. Update on diagnosis and management of Kawasaki disease: a scientific statement from the American Heart Association. Circulation. 2024 Dec 3;150(23):e481-500.
https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000001295?rfr_dat=cr_pub++0pubmed&url_ver=Z39.88-2003&rfr_id=ori%3Arid%3Acrossref.org
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/39534969?tool=bestpractice.com
A diretriz do Single Hub and Access Point for Paediatric Rheumatology in Europe (SHARE) recomenda que um diagnóstico possa ser alcançado antes de 5 dias de febre se quatro critérios principais forem atendidos ou se houver evidência de dilatação de artéria coronária (Z-score >2, mas <2.5) ou aneurisma (Z-score ≥2.5), ou se houver evidências de inflamação persistente, sem diagnóstico alternativo, e uma suspeita clínica de DK.[91]de Graeff N, Groot N, Ozen S, et al. European consensus-based recommendations for the diagnosis and treatment of Kawasaki disease - the SHARE initiative. Rheumatology (Oxford). 2019 Apr 1;58(4):672-82.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30535127?tool=bestpractice.com
Orientações do National Institute for Health and Care Excellence do Reino Unido sugerem que uma criança com febre com duração ≥5 dias deve ser avaliada para a doença de Kawasaki.[92]National Institute for Health and Care Excellence. Fever in under 5s: assessment and initial management. Nov 2021 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng143
Reconhecer a doença de Kawasaki é essencial devido a possíveis complicações com risco de vida da doença de Kawasaki não tratada (por exemplo, miocardite, dilatação da artéria coronária).[90]Jone PN, Tremoulet A, Choueiter N, et al. Update on diagnosis and management of Kawasaki disease: a scientific statement from the American Heart Association. Circulation. 2024 Dec 3;150(23):e481-500.
https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000001295?rfr_dat=cr_pub++0pubmed&url_ver=Z39.88-2003&rfr_id=ori%3Arid%3Acrossref.org
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/39534969?tool=bestpractice.com
[93]Jamieson N, Singh-Grewal D. Kawasaki disease: a clinician's update. Int J Pediatr. 2013;2013:645391.
https://www.hindawi.com/journals/ijpedi/2013/645391
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24282419?tool=bestpractice.com
É necessária hospitalização urgente para tratar os problemas cardíacos, com tratamento imediato com IGIV e aspirina em altas doses inicialmente, e tratamentos adicionais conforme necessários.[89]McCrindle BW, Rowley AH, Newburger JW, et al. Diagnosis, treatment, and long-term management of Kawasaki disease: a scientific statement for health professionals from the American Heart Association. Circulation. 2017 Apr 25;135(17):e927-99.
https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/CIR.0000000000000484
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28356445?tool=bestpractice.com
[90]Jone PN, Tremoulet A, Choueiter N, et al. Update on diagnosis and management of Kawasaki disease: a scientific statement from the American Heart Association. Circulation. 2024 Dec 3;150(23):e481-500.
https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000001295?rfr_dat=cr_pub++0pubmed&url_ver=Z39.88-2003&rfr_id=ori%3Arid%3Acrossref.org
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/39534969?tool=bestpractice.com
O diagnóstico é feito clinicamente, já que não há um teste diagnóstico específico disponível. No entanto, deve-se obter uma ecocardiografia em todos os pacientes a fim de se avaliar o estado cardíaco e a presença de anormalidades arteriais coronarianas.[89]McCrindle BW, Rowley AH, Newburger JW, et al. Diagnosis, treatment, and long-term management of Kawasaki disease: a scientific statement for health professionals from the American Heart Association. Circulation. 2017 Apr 25;135(17):e927-99.
https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/CIR.0000000000000484
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28356445?tool=bestpractice.com
[90]Jone PN, Tremoulet A, Choueiter N, et al. Update on diagnosis and management of Kawasaki disease: a scientific statement from the American Heart Association. Circulation. 2024 Dec 3;150(23):e481-500.
https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000001295?rfr_dat=cr_pub++0pubmed&url_ver=Z39.88-2003&rfr_id=ori%3Arid%3Acrossref.org
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/39534969?tool=bestpractice.com
Febre da dengue grave
A dengue grave é uma complicação potencialmente mortal da infecção pelo vírus da dengue e deve ser imediatamente tratada. Os pacientes devem ser hospitalizados. A dengue grave é caracterizada por extravasamento de plasma, acúmulo de líquido, desconforto respiratório, sangramento grave ou comprometimento de órgãos. Os sintomas incluem dor abdominal, vômitos persistentes, taquipneia, sangramento gengival e hematêmese. Geralmente eles surgem de 3 a 7 dias após os primeiros sintomas do vírus, após a redução da febre.[94]World Health Organization. Dengue and severe dengue. Mar 2023 [internet publication].
https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/dengue-and-severe-dengue
Os pacientes podem ter petéquias finas espalhadas nos membros, axilas, rosto e palato mole, geralmente observadas no período febril.[1]Knöpfel N, Noguera-Morel L, Latour I, et al. Viral exanthems in children: a great imitator. Clin Dermatol. 2019 May - Jun;37(3):213-26.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31178104?tool=bestpractice.com
[11]Karnad DR, Richards GA, Silva GS, et al. Tropical diseases in the ICU: a syndromic approach to diagnosis and treatment. J Crit Care. 2018 Aug;46:119-26.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29625787?tool=bestpractice.com
Os sinais hemorrágicos incluem petéquias, púrpura ou uma prova do laço positiva (realizada inflando-se um manguito de pressão arterial a um ponto médio entre a pressão arterial diastólica e sistólica por 5 minutos; o teste é positivo se ≥10 de petéquias por polegada quadrada aparecem no antebraço). A hemorragia mais significativa pode se manifestar como epistaxe, sangramento gengival, hematêmese, melena ou sangramento de um local de punção venosa.[95]World Health Organization, Special Programme for Research and Training in Tropical Diseases (TDR). Dengue: guidelines for diagnosis, treatment, prevention and control. April 2009 [internet publication].
https://www.who.int/publications/i/item/9789241547871
Hepatomegalia pode estar presente. A evidência clínica de extravasamento de plasma inclui a presença de ascite, tontura postural ou derrame pleural. Taquicardia, pele sudorética e fria e tempo de enchimento capilar superior a 3 segundos indicam choque.[95]World Health Organization, Special Programme for Research and Training in Tropical Diseases (TDR). Dengue: guidelines for diagnosis, treatment, prevention and control. April 2009 [internet publication].
https://www.who.int/publications/i/item/9789241547871
Um hemograma completo deve ser solicitado inicialmente para todos os pacientes sintomáticos. Geralmente, leucopenia e trombocitopenia ocorrem logo no segundo dia de febre.[95]World Health Organization, Special Programme for Research and Training in Tropical Diseases (TDR). Dengue: guidelines for diagnosis, treatment, prevention and control. April 2009 [internet publication].
https://www.who.int/publications/i/item/9789241547871
O diagnóstico precoce e o manejo clínico ideal reduzem a morbidade e a mortalidade associadas. O tratamento é de suporte, pois não há terapia antiviral específica disponível para o tratamento da infecção por dengue. O único tratamento reconhecido é a terapia de reposição de fluidos.[95]World Health Organization, Special Programme for Research and Training in Tropical Diseases (TDR). Dengue: guidelines for diagnosis, treatment, prevention and control. April 2009 [internet publication].
https://www.who.int/publications/i/item/9789241547871