Choque hipovolêmico
A perda de volume do fluido corporal por formas de desidratação, como hipertermia, queimaduras, excesso de diurese, diarreia prolongada ou falta de reposição fisiológica usual de fluidos orais requer a reposição de fluidos por via oral ou intravenosa.
O uso intravenoso de uma solução cristaloide balanceada (por exemplo, solução de Ringer lactato [também conhecida como solução de Hartmann]) ou soro fisiológico é apropriada para ressuscitação em um paciente com choque hipovolêmico. Em comparação com o soro fisiológico normal, os cristaloides balanceados foram associados a uma taxa modestamente reduzida de um desfecho composto (de morte por qualquer causa, nova terapia renal substitutiva, disfunção renal persistente) em um ensaio randomizado de pacientes criticamente enfermos.[17]Semler MW, Self WH, Wanderer JP, et al. Balanced crystalloids versus saline in critically ill adults. N Engl J Med. 2018 Mar 1;378(9):829-39.
https://www.doi.org/10.1056/NEJMoa1711584
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29485925?tool=bestpractice.com
As soluções coloides são mais caras que as cristaloides e, para reposição do volume vascular, não mostraram superioridade sobre as cristaloides.[18]Lewis SR, Pritchard MW, Evans DJ, et al. Colloids versus crystalloids for fluid resuscitation in critically ill people. Cochrane Database Syst Rev. 2018 Aug 3;(8):CD000567.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6513027
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30073665?tool=bestpractice.com
[
]
How do colloids compare with crystalloids for fluid resuscitation in critically ill people?/cca.html?targetUrl=https://www.cochranelibrary.com/cca/doi/10.1002/cca.2307/fullMostre-me a resposta
O sangramento por qualquer causa requer medidas imediatas para controlar a fonte. A ressuscitação volêmica com sangue e líquidos necessita ser instituída imediatamente.[19]Crombie N, Doughty HA, Bishop JRB, et al. Resuscitation with blood products in patients with trauma-related haemorrhagic shock receiving prehospital care (RePHILL): a multicentre, open-label, randomised, controlled, phase 3 trial. Lancet Haematol. 2022 Apr;9(4):e250-e261.
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O sangramento após um trauma maior requer monitoramento e suporte de coagulação, além do uso apropriado de medidas hemostáticas locais, torniquetes, cálcio, desmopressina e, possivelmente, ácido tranexâmico.[20]Rossaint R, Afshari A, Bouillon B, et al. The European guideline on management of major bleeding and coagulopathy following trauma: sixth edition. Crit Care. 2023 Mar 1;27(1):80.
https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC9977110
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36859355?tool=bestpractice.com
Quando indicada, a intervenção cirúrgica apropriada e imediata para controlar a hemorragia está associada a aumento da sobrevida e menos incapacidade.[20]Rossaint R, Afshari A, Bouillon B, et al. The European guideline on management of major bleeding and coagulopathy following trauma: sixth edition. Crit Care. 2023 Mar 1;27(1):80.
https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC9977110
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[21]Latif RK, Clifford SP, Baker JA, et al. Traumatic hemorrhage and chain of survival. Scand J Trauma Resusc Emerg Med. 2023 May 24;31(1):25.
https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC10207757
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Demonstrou-se que o ácido tranexâmico reduz a mortalidade em pacientes de trauma com hemorragia quando administrado em até 3 horas após a lesão.[22]Ker K, Roberts I, Shakur H, et al. Antifibrinolytic drugs for acute traumatic injury. Cochrane Database Syst Rev. 2015 May 9;(5):CD004896.
https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/14651858.CD004896.pub4/full
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25956410?tool=bestpractice.com
[23]CRASH-2 collaborators, Roberts I, Shakur H, Afolabi A, et al. The importance of early treatment with tranexamic acid in bleeding trauma patients: an exploratory analysis of the CRASH-2 randomised controlled trial. Lancet. 2011 Mar 26;377(9771):1096-101, 1101.e1-2.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21439633?tool=bestpractice.com
Uma metanálise revelou que atrasos na administração de ácido tranexâmico estavam associados à redução da sobrevida (benefício de sobrevida diminuindo em cerca de 10% para cada 15 minutos de atraso no tratamento até 3 horas, após as quais não houve benefício) em pacientes com sangramento traumático ou hemorragia pós-parto.[24]Gayet-Ageron A, Prieto-Merino D, Ker K, et al; Antifibrinolytic Trials Collaboration. Effect of treatment delay on the effectiveness and safety of antifibrinolytics in acute severe haemorrhage: a meta-analysis of individual patient-level data from 40 138 bleeding patients. Lancet. 2018 Jan 13;391(10116):125-32.
https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0140673617324558?via%3Dihub
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29126600?tool=bestpractice.com
Alguns pacientes podem precisar de embolização dos vasos sangrantes por radiologia intervencionista ou cirurgia exploratória para obter a hemostasia. As coagulopatias podem ocorrer por causa da transfusão de alto volume de sangue (deficiente em fatores de coagulação) ou pelo consumo de fatores de coagulação decorrente do sangramento contínuo. Isso pode ser corrigido com plasma fresco congelado e plaquetas, de acordo com as diretrizes locais.
Choque cardiogênico
O manejo imediato do infarto do miocárdio inclui a revascularização e a anticoagulação, tanto por angioplastia primária ou, quando esta não estiver disponível, por trombólise e transporte imediato para um centro com recursos para revascularização.[25]van Diepen S, Katz JN, Albert NM, et al. Contemporary management of cardiogenic shock: a scientific statement from the American Heart Association. Circulation. 2017 Oct 17;136(16):e232-68.
https://www.doi.org/10.1161/CIR.0000000000000525
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[26]Pilarczyk K, Werdan K, Russ M et al. The German-Austrian S3 guideline "cardiogenic shock due to myocardial infarction: diagnosis, monitoring, and treatment". Thorac Cardiovasc Surg. 2020 Dec 24.
https://www.thieme-connect.com/products/ejournals/html/10.1055/s-0040-1719155
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33368106?tool=bestpractice.com
[27]Werdan K, Boeken U, Briegel MJ et al. Short version of the 2nd edition of the German-Austrian S3 guidelines "Cardiogenic shock complicating myocardial infarction-diagnosis, monitoring and treatment" Anaesthesist. Jan 2021;70(1):42-70.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32997208?tool=bestpractice.com
Na angioplastia primária, os stents farmacológicos reduzem a revascularização do vaso-alvo em comparação com os stents metálicos.[28]De Luca G, Dirksen MT, Spaulding C, et al. Drug-eluting vs bare-metal stents in primary angioplasty: a pooled patient-level meta-analysis of randomized trials. Arch Intern Med. 2012 Apr 23;172(8):611-21; discussion 621-2.
https://www.doi.org/10.1001/archinternmed.2012.758
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22529227?tool=bestpractice.com
Uma subanálise do estudo SHOCK que comparou pacientes tratados com enxerto coronariano com pacientes com angioplastia primária não encontrou nenhuma diferença na sobrevida ou no desfecho de incapacidade.[26]Pilarczyk K, Werdan K, Russ M et al. The German-Austrian S3 guideline "cardiogenic shock due to myocardial infarction: diagnosis, monitoring, and treatment". Thorac Cardiovasc Surg. 2020 Dec 24.
https://www.thieme-connect.com/products/ejournals/html/10.1055/s-0040-1719155
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33368106?tool=bestpractice.com
A insuficiência cardíaca aguda pode necessitar de suporte respiratório, como a ventilação mecânica não invasiva ou invasiva, e a diurese urgente ou a terapêutica com nitrato. Agentes inotrópicos e estratégias vasodilatadoras podem ser usados no contexto apropriado.
[
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How does norepinephrine compare with other vasopressors in people with hypotensive shock?/cca.html?targetUrl=https://cochranelibrary.com/cca/doi/10.1002/cca.1296/fullMostre-me a resposta Os inotrópicos puros não são obrigatórios nesse caso, a menos que haja sinais ou suspeita de hipocontratilidade cardíaca.[29]Bloom JE, Chan W, Kaye DM, et al. State of shock: contemporary vasopressor and inotrope use in cardiogenic shock. J Am Heart Assoc. 2023 Aug;12(15):e029787.
https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC10492962
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37489740?tool=bestpractice.com
Medidas mecânicas, como a inserção de uma bomba de balão intra-aórtico, também podem ser consideradas em pacientes instáveis após um infarto do miocárdio ou cirurgia cardíaca. A bomba de balão intra-aórtico aumenta a pressão arterial e a perfusão coronariana inflando durante a diástole e desinflando durante a sístole.
A oxigenação por membrana extracorpórea (ECMO) pode ser considerada para o tratamento de pacientes com choque cardiogênico adequadamente selecionados.[25]van Diepen S, Katz JN, Albert NM, et al. Contemporary management of cardiogenic shock: a scientific statement from the American Heart Association. Circulation. 2017 Oct 17;136(16):e232-68.
https://www.doi.org/10.1161/CIR.0000000000000525
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28923988?tool=bestpractice.com
[30]Khorsandi M, Dougherty S, Bouamra O, et al. Extra-corporeal membrane oxygenation for refractory cardiogenic shock after adult cardiac surgery: a systematic review and meta-analysis. J Cardiothorac Surg. 2017 Jul 17;12(1):55.
https://www.doi.org/10.1186/s13019-017-0618-0
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28716039?tool=bestpractice.com
Choque vasogênico
Resulta em perfusão tecidual inadequada; compreende anafilaxia, choque séptico e choque neurogênico.
Choque anafilático
Pode ocorrer após a exposição a novos alimentos, medicamentos, transfusões sanguíneas, erupções cutâneas, mordidas e picadas, e está frequentemente associado a broncoespasmo. Todos os agentes potencialmente desencadeantes devem ser interrompidos. Em pacientes com hipotensão e sinais de choque anafilático, a adrenalina intramuscular deve ser administrada imediatamente.[31]Shaker MS, Wallace DV, Golden DBK, et al. Anaphylaxis-a 2020 practice parameter update, systematic review, and Grading of Recommendations, Assessment, Development and Evaluation (GRADE) analysis. J Allergy Clin Immunol. 2020 Apr;145(4):1082-123.
https://www.jacionline.org/article/S0091-6749(20)30105-6/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32001253?tool=bestpractice.com
[32]Campbell RL, Li JT, Nicklas RA, et al. Emergency department diagnosis and treatment of anaphylaxis: a practice parameter. Ann Allergy Asthma Immunol. 2014 Dec;113(6):599-608.
https://www.doi.org/10.1016/j.anai.2014.10.007
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25466802?tool=bestpractice.com
[33]Golden DBK, Wang J, Waserman S, et al. Anaphylaxis: a 2023 practice parameter update. Ann Allergy Asthma Immunol. 2024 Feb;132(2):124-76.
https://www.annallergy.org/article/S1081-1206(23)01304-2/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38108678?tool=bestpractice.com
Choque séptico
A sepse é um espectro de doença na qual existe uma resposta sistêmica e desregulada do hospedeiro a uma infecção.[34]Singer M, Deutschman CS, Seymour CW, et al. The Third International Consensus definitions for sepsis and septic shock (Sepsis-3). JAMA. 2016 Feb 23;315(8):801-10.
https://jamanetwork.com/journals/jama/fullarticle/2492881
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26903338?tool=bestpractice.com
A apresentação pode variar desde sintomas súbitos e inespecíficos (por exemplo, indisposição com temperatura normal) a sinais graves com evidências de disfunção de múltiplos órgãos e choque séptico. Os pacientes podem apresentar sinais de taquicardia, taquipneia, hipotensão, febre ou hipotermia, enchimento capilar lentificado, pele manchada ou pálida, cianose, estado mental recém-alterado, débito urinário reduzido.[35]National Institute for Health and Care Excellence. Sepsis: recognition, diagnosis and early management. Mar 2024 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng51
A sepse e o choque séptico são emergências médicas.
O Third International Consensus Group (Sepsis-3) define o choque séptico como uma subcategoria de sepse na qual anormalidades metabólicas, celulares e circulatórias profundas estão associadas a um maior risco de mortalidade comparativamente ao resultante da sepse quando considerada isoladamente. Ambos os critérios a seguir devem estar presentes (apesar da ressuscitação volêmica adequada):[34]Singer M, Deutschman CS, Seymour CW, et al. The Third International Consensus definitions for sepsis and septic shock (Sepsis-3). JAMA. 2016 Feb 23;315(8):801-10.
https://jamanetwork.com/journals/jama/fullarticle/2492881
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26903338?tool=bestpractice.com
Hipotensão persistente que necessita de vasopressores para manter a pressão arterial média (PAM) ≥65 mmHg, e
Lactato sérico >2 mmol/L (>18 mg/dL).
Os fatores de risco para sepse incluem: idade abaixo de 1 ano, idade acima de 75 anos, fragilidade, imunidade prejudicada (por exemplo, devido a doença ou medicamentos), cirurgia recente ou outros procedimentos invasivos, qualquer violação da integridade da pele (por exemplo, cortes, queimaduras), uso indevido de drogas intravenosas, acessos venosos ou cateteres, gravidez ou gravidez recente.[35]National Institute for Health and Care Excellence. Sepsis: recognition, diagnosis and early management. Mar 2024 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng51
O reconhecimento precoce da sepse é essencial porque o tratamento precoce melhora os desfechos.[35]National Institute for Health and Care Excellence. Sepsis: recognition, diagnosis and early management. Mar 2024 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng51
[36]Evans L, Rhodes A, Alhazzani W, et al. Surviving Sepsis Campaign: International guidelines for management of sepsis and septic shock 2021. Crit Care Med. 2021 Nov 1;49(11):e1063-143.
https://journals.lww.com/ccmjournal/Fulltext/2021/11000/Surviving_Sepsis_Campaign__International.21.aspx
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34605781?tool=bestpractice.com
[Evidência C]99697695-e6a3-4960-a7da-f69062da76f0guidelineCQuais são os efeitos do início precoce versus tardio do tratamento antimicrobiano empírico em adultos com sepse ou sepse grave ou risco de evoluir para sepse ou sepse grave?[35]National Institute for Health and Care Excellence. Sepsis: recognition, diagnosis and early management. Mar 2024 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng51
[Evidência C]bb16524b-62e3-4991-955a-28783b1cd9a8guidelineCQuais são os efeitos do início precoce versus tardio do tratamento antimicrobiano empírico em crianças com sepse ou sepse grave ou risco de evoluir para sepse ou sepse grave?[35]National Institute for Health and Care Excellence. Sepsis: recognition, diagnosis and early management. Mar 2024 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng51
Contudo, a detecção pode ser desafiadora porque o quadro clínico da sepse pode ser sutil e inespecífico. Portanto, é importante um limiar baixo para se suspeitar de sepse. A chave para o reconhecimento precoce é a identificação sistemática de qualquer paciente que tenha sinais ou sintomas sugestivos de infecção e esteja em risco de deterioração devido a disfunção orgânica.
Várias abordagens de estratificação de risco foram propostas. Todas contam com uma avaliação clínica estruturada e o registro dos sinais vitais do paciente.[35]National Institute for Health and Care Excellence. Sepsis: recognition, diagnosis and early management. Mar 2024 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng51
[37]Royal College of Physicians. National Early Warning Score (NEWS) 2. December 2017 [internet publication].
www.rcplondon.ac.uk/projects/outputs/national-early-warning-score-news-2
[38]American College of Emergency Physicians (ACEP) Expert Panel on Sepsis. DART: an evidence-driven tool to guide the early recognition and treatment of sepsis and septic shock [internet publication].
https://poctools.acep.org/POCTool/Sepsis(DART)/276ed0a9-f24d-45f1-8d0c-e908a2758e5a
[39]Academy of Medical Royal Colleges. Statement on the initial antimicrobial treatment of sepsis. May 2022 [internet publication].
https://www.aomrc.org.uk/wp-content /uploads/2022/05/Statement_on_the_initial_ antimicrobial_treatment_of_sepsis0522.pdf
É importante consultar as orientações locais para obter informações sobre a abordagem recomendada pela sua instituição. A cronologia das investigações e tratamentos deve ser orientada por essa avaliação inicial.[39]Academy of Medical Royal Colleges. Statement on the initial antimicrobial treatment of sepsis. May 2022 [internet publication].
https://www.aomrc.org.uk/wp-content /uploads/2022/05/Statement_on_the_initial_ antimicrobial_treatment_of_sepsis0522.pdf
As ferramentas de rastreamento de sepse são desenvolvidas para promover a identificação precoce da sepse e consistem em métodos manuais ou uso automatizado dos registros eletrônicos de saúde. Isso inclui o escore de determinação da falência orgânica relacionada à sepse (SOFA), os critérios de SOFA rápido (qSOFA), o Escore de Alerta Precoce Nacional (EAPN) e o Escore de Alerta Precoce Modificado (EAPM). Há uma grande variação na precisão diagnóstica dessas ferramentas, mas elas são um componente importante para identificar a sepse precocemente para possibilitar uma intervenção oportuna.[36]Evans L, Rhodes A, Alhazzani W, et al. Surviving Sepsis Campaign: International guidelines for management of sepsis and septic shock 2021. Crit Care Med. 2021 Nov 1;49(11):e1063-143.
https://journals.lww.com/ccmjournal/Fulltext/2021/11000/Surviving_Sepsis_Campaign__International.21.aspx
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34605781?tool=bestpractice.com
O Third International Consensus Group (Sepsis-3) recomenda o uso do escore de determinação da falência orgânica relacionada à sepse (SOFA) (validado principalmente nos pacientes em unidade de terapia intensiva), com um escore ≥2 em um paciente com uma suspeita de infecção sendo sugestiva de sepse.[34]Singer M, Deutschman CS, Seymour CW, et al. The Third International Consensus definitions for sepsis and septic shock (Sepsis-3). JAMA. 2016 Feb 23;315(8):801-10.
https://jamanetwork.com/journals/jama/fullarticle/2492881
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26903338?tool=bestpractice.com
[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Critérios de determinação da falência orgânica relacionada à sepse (SOFA) sequencialCriado pelo BMJ, adaptado de Vincent JL, Moreno R, Takala J, et al. The SOFA (Sepsis-related Organ Failure Assessment) score to describe organ dysfunction/failure. Em nome do grupo de trabalho sobre problemas relacionados à sepse da European Society of Intensive Care Medicine. Intensive Care Med. 1996;22:707-710. [Citation ends].
Critérios SOFA
Embora a presença de qSOFA positivo deva alertar o médico sobre a possibilidade de sepse em todos os contextos de recursos, sua baixa sensibilidade levou a Surviving Sepsis Campaign a não recomendar o uso do qSOFA, em comparação com o EAPN ou o EAPM, como uma única ferramenta de rastreamento para sepse ou choque séptico.[36]Evans L, Rhodes A, Alhazzani W, et al. Surviving Sepsis Campaign: International guidelines for management of sepsis and septic shock 2021. Crit Care Med. 2021 Nov 1;49(11):e1063-143.
https://journals.lww.com/ccmjournal/Fulltext/2021/11000/Surviving_Sepsis_Campaign__International.21.aspx
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34605781?tool=bestpractice.com
A diretriz do National Institute for Health and Care Excellence (NICE) do Reino Unido sobre sepse enfatiza a necessidade de "pensar em sepse" em qualquer paciente que apresente possível infecção. Recomenda observações estruturadas e estratificação do risco de doença grave e morte em decorrência de sepse, de acordo com o contexto e a idade do paciente.[35]National Institute for Health and Care Excellence. Sepsis: recognition, diagnosis and early management. Mar 2024 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng51
A Surviving Sepsis Campaign produziu diretrizes de tratamento que constituem ainda hoje o padrão de tratamento mais amplamente aceito.[36]Evans L, Rhodes A, Alhazzani W, et al. Surviving Sepsis Campaign: International guidelines for management of sepsis and septic shock 2021. Crit Care Med. 2021 Nov 1;49(11):e1063-143.
https://journals.lww.com/ccmjournal/Fulltext/2021/11000/Surviving_Sepsis_Campaign__International.21.aspx
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34605781?tool=bestpractice.com
[40]Surviving Sepsis Campaign. Hour-1 bundle: initial resuscitation for sepsis and septic shock. 2019 [internet publication].
https://sccm.org/getattachment/survivingsepsiscampaign/guidelines/adult-patients/surviving-sepsis-campaign-hour-1-bundle.pdf
O tratamento recomendado para os pacientes com suspeita de sepse é:
Meça o nível de lactato e realize novamente a medição caso o lactato inicial esteja elevado (>2 mmol/L [>18 mg/dL]).
Obtenha hemoculturas antes de administrar antibióticos.
Administrar antibióticos de amplo espectro (com cobertura de Staphylococcus aureus resistente à meticilina [MRSA], se houver alto risco de MRSA) para os adultos com possível choque séptico ou com alta probabilidade de sepse.
Para adultos com sepse ou choque séptico com alto risco de infecção fúngica, deve-se administrar terapia antifúngica empírica.
Comece uma administração rápida de cristaloides se houver hipotensão ou um nível de lactato ≥4 mmol/L (≥36 mg/dL). Consulte os protocolos locais.
Administrar vasopressores de maneira periférica se o paciente estiver hipotenso durante, ou após, a ressuscitação fluídica para manter uma PAM ≥65 mmHg, em vez de protelar o início até que um acesso venoso central esteja assegurado. A noradrenalina é o vasopressor de escolha.
Para adultos com insuficiência respiratória hipoxêmica induzida por sepse, deve-se administrar oxigênio nasal de alto fluxo.
Idealmente, essas intervenções devem começar na primeira hora após a identificação da sepse.[40]Surviving Sepsis Campaign. Hour-1 bundle: initial resuscitation for sepsis and septic shock. 2019 [internet publication].
https://sccm.org/getattachment/survivingsepsiscampaign/guidelines/adult-patients/surviving-sepsis-campaign-hour-1-bundle.pdf
Para adultos com possível sepse sem choque, onde a preocupação com infecção persiste, antibióticos devem ser administrados o mais rápido possível (dentro de 3 horas) a partir do momento em que a sepse foi reconhecida pela primeira vez.[36]Evans L, Rhodes A, Alhazzani W, et al. Surviving Sepsis Campaign: International guidelines for management of sepsis and septic shock 2021. Crit Care Med. 2021 Nov 1;49(11):e1063-143.
https://journals.lww.com/ccmjournal/Fulltext/2021/11000/Surviving_Sepsis_Campaign__International.21.aspx
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34605781?tool=bestpractice.com
Para adultos com baixa probabilidade de infecção e sem choque, os antibióticos podem ser postergados e pode-se continuar monitorando o paciente rigorosamente.[36]Evans L, Rhodes A, Alhazzani W, et al. Surviving Sepsis Campaign: International guidelines for management of sepsis and septic shock 2021. Crit Care Med. 2021 Nov 1;49(11):e1063-143.
https://journals.lww.com/ccmjournal/Fulltext/2021/11000/Surviving_Sepsis_Campaign__International.21.aspx
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34605781?tool=bestpractice.com
Os pacientes com choque séptico grave podem desenvolver insuficiência de corticosteroide, diagnosticada pelo teste de estímulo com o hormônio adrenocorticotrófico ou simplesmente com base na necessidade aumentada de vasopressores. As diretrizes atuais recomendam que corticosteroides em baixas doses sejam administrados apenas a adultos com choque séptico e necessidade contínua de terapia com vasopressores (definida como uma dose de adrenalina ou noradrenalina ≥0.25 mcg/kg/min por pelo menos 4 horas após o início para manter a meta de PAM).[36]Evans L, Rhodes A, Alhazzani W, et al. Surviving Sepsis Campaign: International guidelines for management of sepsis and septic shock 2021. Crit Care Med. 2021 Nov 1;49(11):e1063-143.
https://journals.lww.com/ccmjournal/Fulltext/2021/11000/Surviving_Sepsis_Campaign__International.21.aspx
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34605781?tool=bestpractice.com
A ECMO pode ser considerada em pacientes com choque séptico refratário cuidadosamente selecionados.[41]Ling RR, Ramanathan K, Poon WH, et al. Venoarterial extracorporeal membrane oxygenation as mechanical circulatory support in adult septic shock: a systematic review and meta-analysis with individual participant data meta-regression analysis. Crit Care. 2021 Jul 14;25(1):246.
https://www.doi.org/10.1186/s13054-021-03668-5
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34261492?tool=bestpractice.com
[42]Weiss SL, Peters MJ, Alhazzani W, et al. Surviving sepsis campaign international guidelines for the management of septic shock and sepsis-associated organ dysfunction in children. Intensive Care Med. 2020 Feb;46(suppl 1):10-67.
https://www.doi.org/10.1007/s00134-019-05878-6
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32030529?tool=bestpractice.com
[43]Ramanathan K, Yeo N, Alexander P, et al. Role of extracorporeal membrane oxygenation in children with sepsis: a systematic review and meta-analysis. Crit Care. 2020 Dec 7;24(1):684.
https://www.doi.org/10.1186/s13054-020-03418-z
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33287861?tool=bestpractice.com
Para obter mais informações sobre sepse, consulte Sepse em adultos e Sepse em crianças.
Choque neurogênico
Os pacientes com suspeita de choque neurogênico necessitam de exames de imagem imediatos e possível intervenção para reverter os deficits potencialmente reversíveis, bem como a ressuscitação fluídica para manter o volume vascular e o débito cardíaco.