Abordagem

O tratamento é frequentemente desafiador e pode ser demorado. A terapia bem-sucedida baseia-se na identificação e correção de todos os fatores dessa afecção multifatorial. O tratamento deve ser baseado na causa suspeita e não usado de forma algorítmica. Em todos os pacientes, o ideal é identificar e tratar as deficiências nutricionais.[2]

Etiologia infecciosa

As terapias de primeira linha incluem miconazol após as refeições e ao deitar para tratar a Candida albicans.[2] O miconazol pode ser usado para tratar infecções fúngicas e bacterianas mistas, uma vez que também possui ação bacteriostática contra Gram-positivos. O fluconazol oral é útil como alternativa de segunda linha. O miconazol é absorvido sistemicamente e pode potencializar a ação da varfarina, da fenitoína e das sulfonilureias; assim, nistatina ou anfotericina B tópicas são as terapias de primeira linha em pacientes que recebem esses medicamentos.[13][23][24] Entretanto, produtos à base de anfotericina B tópica não estão atualmente disponíveis em alguns países.

A terapia crônica com corticosteroides inalatórios também pode predispor o paciente à infecção por Candida albicans, devido à imunossupressão. Lavar a boca após o tratamento inalatório ajudará a eliminar o acúmulo intraoral de corticosteroide.[25]

Mupirocina tópica ou um composto contendo polimixina são valiosos no tratamento de colonização de estafilococos.[2][13][24] No caso de colonização estafilocócica das narinas, isso também deve ser erradicado.

Os pacientes com queilite angular resistente ao tratamento necessitam de terapia antifúngica sistêmica (por exemplo, fluconazol) e pastilhas à base de anfotericina B, se disponível.[26] As terapias secundárias incluem o uso de preenchimentos dérmicos nas comissuras.[27][28] A avaliação e a construção de próteses são opções para pacientes idosos que sofrem de sialorreia crônica e queilite angular.[29] Foi também descrito, para pacientes mais idosos e debilitados, um método de incorporação de uma cânula na prótese dentária para canalizar a saliva em direção à área orofaríngea.[29]

Etiologia não infecciosa

As deficiências nutricionais devem ser identificadas e corrigidas em todos os pacientes.[2]

Dependendo dos resultados do teste de contato, recomenda-se evitar o alérgeno identificado.

É vital a identificação de reservatórios crônicos de infecção, como dentaduras. Recomenda-se remover as dentaduras à noite e limpá-las bem antes de usá-las novamente pela manhã. À noite, as dentaduras podem ser guardadas em hipoclorito ou clorexidina.

Recomenda-se reduzir o estresse mecânico, incluindo um encaminhamento ao dentista para identificação e correção de dentaduras mal encaixadas. Novas dentaduras podem restaurar os contornos faciais, aumentando a dimensão vertical das mandíbulas e da face.[22]

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