Caso clínico
Caso clínico #1
Uma mulher de 60 anos, hospitalizada devido a celulite por Staphylococcus aureus resistente à meticilina, desenvolveu, ao longo de 12 horas, uma erupção assintomática difusa no tronco e nos membros consistindo de numerosas vesículas frágeis contendo fluido. A paciente estava recebendo vancomicina intravenosa e estava acamada e febril. O exame físico revelou uma erupção difusa no tronco e nos membros proximais composta por várias vesículas superficiais de 2 a 4 mm, não foliculocêntricas, sobre uma base não inflamatória. As vesículas tinham a aparência de gotas de água e se rompiam de forma espontânea com leve atrito. À medida que a paciente se recuperou e voltou a andar, a erupção apresentou remissão espontânea com uma aparência descamativa superficial e "farelenta" (miliária cristalina).
Caso clínico #2
Um homem de 20 anos de idade, que esteve em uma expedição de vários meses na floresta tropical amazônica, desenvolveu uma erupção pruriginosa no pescoço, nas costas e na área da linha da cintura. Ele descreveu o prurido como uma sensação intermitente de “formigamento”, mais notado no final da tarde e associado a sudorese abundante sob o sol tropical. Após as crises de prurido, o paciente notava redução da sudorese nas áreas comprometidas. O exame físico revelou pápulas eritematosas múltiplas de 2 a 4 mm, não foliculares e com uma vesícula central, nas laterais do pescoço, na parte superior das costas e no abdome ao nível da linha da cintura (miliária rubra).
Outras apresentações
Em geral, a miliária profunda é observada em ambientes tropicais, após múltiplos episódios de miliária rubra.[1] A variante é caracterizada por pápulas assintomáticas, da cor da pele, no tronco e nos membros, com presença de anidrose que pode causar hiperpirexia e exaustão por calor.[1][4] A miliária cristalina e a miliária rubra também ocorrem no período neonatal, sendo comum a ocorrência de miliária cristalina na cabeça, no pescoço e na parte superior do tronco, aproximadamente à idade de 1 semana.[1][5] A miliária rubra afeta lactentes nas áreas flexurais e, diferentemente do que ocorre em adultos, afeta o rosto e o couro cabeludo em 11 a 14 dias.[1][5] As vesículas de uma miliária cristalina ocorrem de forma não inflamatória, são assintomáticas, frágeis e, ao resfriamento do paciente, apresentam resolução espontânea com uma aparência descamativa e "farelenta".[1] Por outro lado, a miliária rubra tem aparência inflamatória, é extremamente pruriginosa com crises de ardor e prurido, ocorre com estímulos que induzem a sudorese e apresenta resolução mais lenta.[1][2]
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