Abscesso retrofaríngeo
- Visão geral
- Teoria
- Diagnóstico
- Tratamento
- ACOMPANHAMENTO
- Recursos
Algoritmo de tratamento
Observe que as formulações/vias e doses podem diferir entre nomes e marcas de medicamentos, formulários de medicamentos ou localidades. As recomendações de tratamento são específicas para os grupos de pacientes:ver aviso legal
comprometimento das vias aéreas
corticosteroides intravenosos + adrenalina nebulizada
Se houver forte suspeita de abscesso retrofaríngeo (ARF) e comprometimento das vias aéreas, o paciente deve ser hospitalizado imediatamente. O tratamento clínico inicial inclui o uso de corticosteroides intravenosos e adrenalina nebulizada. Se isso não for rapidamente eficaz, o paciente deve ser levado prontamente à sala de operação para exame sob anestesia, visando uma drenagem cirúrgica. Às vezes, a intubação com fibra óptica é preferida nestes casos, a fim de evitar que o abscesso estoure e de se obter uma boa visualização das vias aéreas.[21]Wang KY, Lin HJ, Chen YH. Retropharyngeal abscess with descending necrotizing mediastinitis. J Emerg Med. 2012 Jul;43(1):114-5. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20566262?tool=bestpractice.com [32]Rao MS, Linga Raju Y, Vishwanathan P. Anaesthetic management of difficult airway due to retropharyngeal abscess. Indian J Anaesth. 2010 May;54(3):246-8. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2933487 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20885875?tool=bestpractice.com
Opções primárias
dexametasona: crianças e adultos: 0.5 a 2 mg/kg/dia por via intravenosa administrados em doses fracionadas a cada 6 horas
e
adrenalina por via inalatória: consulte os protocolos locais para obter orientação sobre a dosagem
cirurgia
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Se o tratamento com corticosteroides intravenosos + adrenalina nebulizada não for rapidamente efetivo, o paciente deve ser levado prontamente à sala de operação para exame sob anestesia, visando uma drenagem cirúrgica.
Será necessária a intubação (realizada por um anestesista pediátrico ou de adultos experiente) ou um procedimento cirúrgico para estabelecimento da via aérea, como a traqueostomia. Às vezes, a intubação com fibra óptica é preferida nestes casos, a fim de evitar que o abscesso estoure e de se obter uma boa visualização das vias aéreas.[21]Wang KY, Lin HJ, Chen YH. Retropharyngeal abscess with descending necrotizing mediastinitis. J Emerg Med. 2012 Jul;43(1):114-5. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20566262?tool=bestpractice.com [32]Rao MS, Linga Raju Y, Vishwanathan P. Anaesthetic management of difficult airway due to retropharyngeal abscess. Indian J Anaesth. 2010 May;54(3):246-8. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2933487 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20885875?tool=bestpractice.com Se o tubo estiver sem balonete, é útil inserir uma compressa que permita visualizar a parede faríngea posterior para o acesso cirúrgico.[32]Rao MS, Linga Raju Y, Vishwanathan P. Anaesthetic management of difficult airway due to retropharyngeal abscess. Indian J Anaesth. 2010 May;54(3):246-8. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2933487 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20885875?tool=bestpractice.com
Se o ARF for confirmado no exame cirúrgico, o paciente deve ser submetido a uma incisão transoral e drenagem.
As culturas são obtidas e enviadas ao laboratório.
Em casos nos quais haja uma extensão para o mediastino posterior, pode ser necessário realizar a drenagem da secreção purulenta e o desbridamento do material necrótico da área pericárdica e do espaço pleural, possivelmente em conjunto com uma equipe cardiotorácica.[33]Reynolds SC, Chow AW. Severe soft tissue infections of the head and neck: a primer for critical care physicians. Lung. 2009 Sep-Oct;187(5):271-9. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19653038?tool=bestpractice.com
antibioticoterapia empírica
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Os antibióticos devem ser iniciados após a cirurgia e devem cobrir os organismos mais comuns: Streptococcus viridans, Staphylococcus aureus (inclusive MRSA), Streptococcus epidermidis e estreptococos beta-hemolíticos. Causas menos comuns incluem espécies de Veillonella, Bacteroides melaninogenicus, Haemophilus parainfluenzae e Klebsiella pneumoniae. Comensais normais do trato respiratório superior podem se tornar organismos patológicos desencadeantes em um ARF.[13]Kirse DJ, Roberson DW. Surgical management of retropharyngeal space infections in children. Laryngoscope. 2001 Aug;111(8):1413-22. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11568578?tool=bestpractice.com [14]Morrison JE Jr, Pashley NR. Retropharyngeal abscesses in children: a 10-year review. Pediatr Emerg Care. 1988 Mar;4(1):9-11. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/3283710?tool=bestpractice.com [15]Ungkanont K, Yellon RF, Weissman JL, et al. Head and neck space infections in infants and children. Otolaryngol Head Neck Surg. 1995 Mar;112(3):375-82. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/7870436?tool=bestpractice.com
O metronidazol fornece uma cobertura necessária para bactérias anaeróbias (pode haver uma conexão com o espaço parafaríngeo e, assim, com a cavidade oral).
A melhora clínica deve ser observada dentro das próximas 24 a 48 horas; se isso não acontecer, o paciente deve ser reavaliado. Pode ser necessário ampliar o espectro dos antibióticos. Em casos refratários, deve-se suspeitar de micobactérias atípicas ou de MRSA.
Deve-se continuar o tratamento intravenoso até que o paciente esteja afebril ou que consiga tolerar um antibiótico oral (por exemplo, amoxicilina/ácido clavulânico) para completar um ciclo de 14 dias.
Os pacientes podem passar para uma terapia dirigida, baseada nas culturas recolhidas da incisão e da drenagem, caso tenham sido realizadas.
Opções primárias
ampicilina/sulbactam: crianças >1 mês de idade: 100-200 mg/kg/dia por via intravenosa administrados em doses fracionadas a cada 6 horas; adultos: 1-2 g por via intravenosa a cada 6-8 horas, no máximo 12 g/dia
Mais ampicilina/sulbactamA dose refere-se ao componente de ampicilina.
ou
ceftriaxona: crianças >1 mês de idade: 50-80 mg/kg/dia por via intravenosa administrados em doses fracionadas a cada 12-24 horas; adultos: 1-2 g por via intravenosa a cada 12-24 horas
e
clindamicina: crianças >1 mês de idade: 25-40 mg/kg/dia por via intravenosa administrados em doses fracionadas a cada 6-8 horas; adultos: 1.2 a 2.7 g/dia por via intravenosa administrados em doses fracionadas a cada 6-12 horas
ou
cefuroxima: crianças >1 mês de idade: 75-150 mg/kg/dia por via intravenosa administrados em doses fracionadas a cada 8 horas; adultos: 750-1500 mg por via intravenosa a cada 8 horas
e
metronidazol: crianças >1 mês de idade: 22.5 mg/kg/dia por via intravenosa administrados em doses fracionadas a cada 6 horas; adultos: 500 mg por via intravenosa a cada 8 horas
cuidados de suporte + analgesia
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Os pacientes que ainda possuírem uma via aérea instável após a cirurgia devem ser monitorados rigorosamente na unidade de terapia intensiva. Esses pacientes podem precisar de intubação prolongada ou traqueotomia.
Deve-se administrar hidratação e nutrição intravenosas adequadas até que o paciente consiga tolerar a ingestão oral de alimentos e bebidas.
Alguns pacientes podem precisar de analgesia.
Os pacientes devem ser monitorados rigorosamente quanto à evolução de complicações.
Opções primárias
paracetamol: crianças: 10-15 mg/kg oralmente a cada 4-6 horas quando necessário, máximo 75 mg/kg/dia; adultos: 500-1000 mg oralmente a cada 4-6 horas quando necessário, máximo 4000 mg/dia
ou
ibuprofeno: crianças: 5-10 mg/kg por via oral a cada 4-6 horas quando necessário, máximo de 40 mg/kg/dia; adultos: 300-400 mg por via oral a cada 6-8 horas quando necessário, máximo de 2400 mg/dia
sem comprometimento das vias aéreas
antibioticoterapia empírica
Se as vias aéreas não forem uma preocupação imediata, o tratamento inicial deve ser feito com antibioticoterapia empírica intravenosa. Isso pode levar à resolução ou evitar a progressão da doença em alguns pacientes com apresentação inicial (por exemplo, quando existe apenas celulite, e não uma real formação de abscesso), evitando, assim, a necessidade de drenagem cirúrgica.
Os antibióticos devem cobrir os organismos mais comuns: Streptococcus viridans, Staphylococcus aureus, Streptococcus epidermidis e estreptococos beta-hemolíticos. Causas menos comuns incluem espécies de Veillonella, Bacteroides melaninogenicus, Haemophilus parainfluenzae e Klebsiella pneumoniae. Comensais normais do trato respiratório superior podem se tornar organismos patológicos em um ARF.[13]Kirse DJ, Roberson DW. Surgical management of retropharyngeal space infections in children. Laryngoscope. 2001 Aug;111(8):1413-22. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11568578?tool=bestpractice.com [14]Morrison JE Jr, Pashley NR. Retropharyngeal abscesses in children: a 10-year review. Pediatr Emerg Care. 1988 Mar;4(1):9-11. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/3283710?tool=bestpractice.com [15]Ungkanont K, Yellon RF, Weissman JL, et al. Head and neck space infections in infants and children. Otolaryngol Head Neck Surg. 1995 Mar;112(3):375-82. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/7870436?tool=bestpractice.com
O metronidazol cobriria bactérias anaeróbias, já que pode haver uma conexão com o espaço parafaríngeo e, assim, com a cavidade oral.
A melhora clínica deve ser observada dentro das próximas 24 a 48 horas; se isso não acontecer, o paciente deve ser reavaliado. Pode ser necessário ampliar o espectro dos antibióticos ou considerar cirurgia. Em casos refratários, deve-se suspeitar de micobactérias atípicas ou de MRSA.
Deve-se continuar o tratamento intravenoso até que o paciente esteja afebril ou que consiga tolerar um antibiótico oral (por exemplo, amoxicilina/ácido clavulânico) para completar um ciclo de 14 dias.
Os pacientes podem passar para uma terapia dirigida, baseada nas culturas recolhidas da incisão e da drenagem, caso tenham sido realizadas.
Opções primárias
ampicilina/sulbactam: crianças >1 mês de idade: 100-200 mg/kg/dia por via intravenosa administrados em doses fracionadas a cada 6 horas; adultos: 1-2 g por via intravenosa a cada 6-8 horas, no máximo 12 g/dia
Mais ampicilina/sulbactamA dose refere-se ao componente de ampicilina.
ou
ceftriaxona: crianças >1 mês de idade: 50-80 mg/kg/dia por via intravenosa administrados em doses fracionadas a cada 12-24 horas; adultos: 1-2 g por via intravenosa a cada 12-24 horas
e
clindamicina: crianças >1 mês de idade: 25-40 mg/kg/dia por via intravenosa administrados em doses fracionadas a cada 6-8 horas; adultos: 1.2 a 2.7 g/dia por via intravenosa administrados em doses fracionadas a cada 6-12 horas
ou
cefuroxima: crianças >1 mês de idade: 75-150 mg/kg/dia por via intravenosa administrados em doses fracionadas a cada 8 horas; adultos: 750-1500 mg por via intravenosa a cada 8 horas
e
metronidazol: crianças >1 mês de idade: 22.5 mg/kg/dia por via intravenosa administrados em doses fracionadas a cada 6 horas; adultos: 500 mg por via intravenosa a cada 8 horas
corticosteroides intravenosos
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
Também pode-se utilizar corticosteroides intravenoso em conjunto com os antibióticos intravenosos.[31]Pelaz AC, Allende AV, Llorente Pendás JL, et al. Conservative treatment of retropharyngeal and parapharyngeal abscess in children. J Craniofac Surg. 2009 Jul;20(4):1178-81. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19553844?tool=bestpractice.com
Opções primárias
dexametasona: crianças: 150 microgramas/kg por via intravenosa administrados em doses fracionadas a cada 12 horas; adultos: 4-8 mg por via intravenosa a cada 8 horas
cirurgia
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
A falha do tratamento clínico inicial (ou seja, ausência de melhora sintomática, continuação da pirexia oscilante, deterioração dos sinais vitais) e/ou a presença de um abscesso definido na imagem devem indicar a necessidade de um exame sob anestesia visando a drenagem cirúrgica. Embora a regra geral seja considerar a drenagem para abscessos acima de 2 cm, é importante valorizar a apresentação clínica e a resposta inicial aos antibióticos intravenosos mesmo em abscessos maiores.[34]Khudan A, Jugmohansingh G, Islam S, et al. The effectiveness of conservative management for retropharyngeal abscesses greater than 2 cm. Ann Med Surg (Lond). 2016 Nov;11:62-5. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5065001 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27761237?tool=bestpractice.com Pode ser necessário repetir a tomografia computadorizada (TC) a fim localizar o abscesso com precisão. Em pacientes pediátricos, geralmente é preferível anestesiá-los antes da TC, enquanto os adultos geralmente conseguem ser submetidos a exames de imagens sem precisar de anestesia. Os antibióticos intravenosos devem ser continuados após a drenagem cirúrgica, em regime empírico ou de acordo com as sensibilidades, quando houver
cuidados de suporte + analgesia
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Os pacientes devem ter as vias aéreas monitoradas durante todo o tratamento.
São administradas hidratação e nutrição intravenosas adequadas até que o paciente consiga tolerar a ingestão oral de alimentos e bebidas.
Alguns pacientes podem precisar de analgesia.
Os pacientes devem ser monitorados rigorosamente quanto à evolução de complicações.
Opções primárias
paracetamol: crianças: 10-15 mg/kg oralmente a cada 4-6 horas quando necessário, máximo 75 mg/kg/dia; adultos: 500-1000 mg oralmente a cada 4-6 horas quando necessário, máximo 4000 mg/dia
ou
ibuprofeno: crianças: 5-10 mg/kg por via oral a cada 4-6 horas quando necessário, máximo de 40 mg/kg/dia; adultos: 300-400 mg por via oral a cada 6-8 horas quando necessário, máximo de 2400 mg/dia
Escolha um grupo de pacientes para ver nossas recomendações
Observe que as formulações/vias e doses podem diferir entre nomes e marcas de medicamentos, formulários de medicamentos ou localidades. As recomendações de tratamento são específicas para os grupos de pacientes. Ver aviso legal
O uso deste conteúdo está sujeito ao nosso aviso legal