Considerações de urgência
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Apoplexia hipofisária
Um prolactinoma pode, raramente, se manifestar como apoplexia hipofisária, uma síndrome clínica causada por infarto ou hemorragia (com ou sem infarto) de um adenoma hipofisário. Quando isso ocorre, uma grande parte do adenoma, ou até mesmo o tumor inteiro, se torna uma massa hemorrágica que se expande rapidamente e comprime estruturas próximas.[42][43] Essa massa aparece como uma lesão hiperdensa em ressonâncias nucleares magnéticas (RNMs) ponderadas em T1 e T2.
A incidência máxima da apoplexia hipofisária ocorre na quinta década de vida, embora possa afetar todas as faixas etárias. É mais comum ocorrer em pacientes que apresentam grandes macroadenomas, mas há evidências de que tumores de qualquer tamanho podem se manifestar com apoplexia e hemorragia. Em aproximadamente 80% dos casos, a apoplexia hipofisária é o sintoma manifesto de um adenoma hipofisário não diagnosticado.[44]
Fatores predisponentes
Fluxo sanguíneo reduzido na hipófise (decorrente de hipotensão, cirurgia ou hemodiálise).
Aumento agudo do fluxo sanguíneo hipofisário (decorrente de diabetes mellitus ou hipertensão sistêmica crônica).
Estimulação da hipófise por meio do aumento nos níveis de estrogênio (decorrente de administração de estrogênio ou gravidez), exames dinâmicos hipofisários (hormônio liberador de gonadotrofina [GnRH], hormônio liberador de tireotrofina [TRH]) ou tratamento com bromocriptina.
Estado anticoagulado (por exemplo, induzido por medicamentos anticoagulantes ou administração de agente trombolítico ou decorrente de trombocitopenia).[44]
Fisiopatologia
Expansão rápida do tumor, o que faz com que o tamanho do tumor supere seu próprio suprimento de sangue, causando necrose isquêmica.
Compressão do suprimento de sangue portal hipofisário contra o diafragma selar.
Vasculopatia ou fragilidade dos vasos sanguíneos do tumor.[44]
Características clínicas
O nível de manifestação clínica varia de um estado assintomático (diagnosticado apenas retrospectivamente) até início súbito de cefaleia, perda da visão, náuseas e vômitos, paralisias de nervos cranianos, hemiparesia e comprometimento da função hipofisária.
Se a hemorragia acontecer no espaço subaracnoide, a apoplexia hipofisária pode ser acompanhada de irritação meníngea, rigidez da nuca e fotofobia.
A apoplexia hipofisária não diagnosticada ou não tratada pode resultar em hipotensão grave e choque decorrente de deficiência adrenal secundária (resultante da deficiência de hormônio adrenocorticotrófico [ACTH]), perda irreversível da visão ou diplopia.[42][43][45]
Tratamento
A terapia de suporte com fluidoterapia intravenosa e corticosteroides (por exemplo, dexametasona) resulta em melhora clínica em muitos pacientes.
A descompressão cirúrgica transesfenoidal do tumor pode ser realizada em casos em que o tratamento conservador não tem sucesso ou na presença de perda da visão progressiva e/ou neuropatia craniana. Essa cirurgia deve ser realizada idealmente em até 24 a 48 horas após o início.
É necessário acompanhamento em longo prazo para tratamento de qualquer tumor residual e/ou disfunção hipofisária.[42][43][45][46]
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