Abordagem
Como cerca de 85% das mulheres e homens são assintomáticos, a suspeita é altamente justificada com base na história e presença de fatores de risco.[15]
Os fatores de risco típicos incluem idade abaixo de 25 anos, atividade sexual com parceiro infectado, novo ou múltiplos parceiros sexuais, parceiro sexual que tem outros parceiros concomitantes, história prévia de IST e não usar preservativos.
O diagnóstico e o tratamento são relativamente fáceis de definir após a suspeita clínica e a ação sobre o problema.[15][16]
Sinais e sintomas
As mulheres podem apresentar sangramento pós-coito ou intermenstrual, corrimento vaginal inodoro, disúria ou dor pélvica. A infecção pode ascender para o trato urogenital superior e causar febre, calafrios, mialgias, náuseas, vômitos e dor abdominal ou na pelve. Em raros casos, pode causar febre e dor abdominal no quadrante superior direito em consequência de infecção hepática pericapsular. O exame de inspeção do óstio cervical pode revelar uma secreção turva ou amarelada. O colo uterino pode sangrar facilmente quando esfregado com um swab de poliéster.
Os homens podem apresentar disúria e uma secreção uretral clara a esbranquiçada. No exame físico, pode-se observar uma secreção visível no pênis. Se não houver nenhuma secreção visível, uma pressão ao longo do corpo peniano, da base à ponta, poderá causar a extração de fluido da uretra. Pode ocorrer dor escrotal leve a intensa em infecções ascendentes que causam epididimite, orquite ou prostatite.[2] Em infecções graves, os sintomas são febre, náuseas e vômitos. A área escrotal é sensível à palpação e quente, e o reflexo cremastérico ipsilateral está intacto.
Os sintomas e sinais de infecção retal são raros, mas se presentes, podem incluir tenesmo ou secreção retal mucopurulenta.
A artrite reativa é uma manifestação rara da infecção por clamídia e, normalmente, ocorre até 4 semanas após a infecção. Mais comumente, causa dor nas articulações, rigidez e edema, mas também pode estar associada à inflamação dos olhos e problemas na uretra ou na pele.
Testes diagnósticos
Recomenda-se atualmente o teste de amplificação de ácido nucleico (NAAT).[5] A sensibilidade do NAAT é de 90% e a especificidade é de 94% a 99.5%.[17] Resultados positivos no NAAT indicam que a Chlamydia trachomatis está presente e deve ser tratada. No exame de NAAT, pode ocorrer o resultado falso-positivo decorrente de ácido desoxirribonucleico (DNA) residual não viável por até 3 semanas após o tratamento bem-sucedido.[5] Se o resultado do exame realizado for negativo quando a suspeita clínica for alta, deve-se repetir o teste, pois há a possibilidade de resultados falso-negativos. Após a infecção ter sido diagnosticada, será necessário um rigoroso rastreamento dos contatos do paciente para identificar portadores assintomáticos.
O NAAT pode ser realizado pelo próprio paciente (amostra do primeiro jato urinário ou swab vaginal) ou com amostras coletadas pelo médico (swab vaginal, endocervical ou uretral).
A infecção retal ou orofaríngea por C trachomatis pode ser diagnosticada por exame no local anatômico de exposição. Nos Estados Unidos, a Food and Drug Administration (FDA) dos EUA aprovou NAATs para uso em amostras de swab retal ou orofaríngeo. Também há boas evidências de que o desempenho do NAAT em swabs retais coletados pelo próprio paciente seja comparável aos swabs retais coletados pelo médico, e os pacientes consideram o método de autocoleta para rastreamento de clamídia altamente aceitável.[18][19]
Se o NAAT não estiver disponível, pode-se realizar exames de transformação e hibridização de ácido nucleico, ensaios imunoenzimáticos e exames de anticorpos fluorescentes diretos.
O exame pode ser realizado por cultura celular (por exemplo, cultura em cultura de células McCoy), mas esse tipo de exame é caro, difícil de ser realizado e exige técnicas especiais.[17] A especificidade é cerca de 100%, mas a sensibilidade é de 70% a 90% dependendo da técnica laboratorial e da coleta.[17] Em razão da variabilidade e do custo, esse exame deve ser usado somente em casos em que estiverem envolvidos problemas legais.
Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA recomendam o uso de antibióticos empíricos para o tratamento imediato, caso haja um nível alto de suspeita para infecção, como contato sexual recente com um parceiro diagnosticado com clamídia.[5]
Novos exames
Testes rápidos estão sendo desenvolvidos para uso no local de atendimento, que permitem que o diagnóstico e as decisões sobre o tratamento sejam feitos na apresentação inicial. Isso reduz potencialmente o risco de transmissão e complicações da infecção. Antes, os testes disponíveis tinham baixa precisão ou eram caros, mas há muitos testes laboratoriais remotos sendo desenvolvidos, como o teste molecular rápido para clamídia, com algumas evidências de que podem melhorar o diagnóstico e reduzir o tratamento desnecessário.[20][21][22][23]
[ ]
Alguns desses testes rápidos estão aprovados pela FDA dos EUA.
O uso deste conteúdo está sujeito ao nosso aviso legal