Abordagem

Hérnia pequena e assintomática

O tratamento tradicional de hérnias pequenas (<1.5 cm) envolve a observação até 4 ou 5 anos de idade.[2] Isso permite o fechamento espontâneo em até 80% das crianças.[5] Se a hérnia persistir além dos 4 a 5 anos de idade, ela pode ser tratada com reparo cirúrgico ambulatorial eletivo. No entanto, o risco de complicações em crianças maiores, bem como a probabilidade de fechamento espontâneo eventual, não pode ser claramente definido com base nos dados disponíveis.[9] Se ocorrer o encarceramento da hérnia durante o período de observação, ela deverá ser reduzida por pressão manual e reparada cirurgicamente, em geral, em até 24 horas. Se não for possível reduzir uma hérnia encarcerada, a indicação será de uma cirurgia de emergência. Pode ser desafiador convencer os cuidadores da criança de que, na maioria dos casos, a observação isolada é bem-sucedida e que não há indicação para cirurgia.

Hérnia grande ou sintomática

É improvável que defeitos fasciais >1.5 a 2 cm se fechem espontaneamente. No caso dessas hérnias, muitos cirurgiões defendem o reparo eletivo aos 2 a 3 anos de idade.[10] O reparo precoce também será indicado se surgirem sintomas intermitentes de encarceramento ou dor recorrente.[11] Há algumas evidências de que as complicações podem ser maiores nas crianças que passam por reparos em idades mais baixas; um estudo sugere postergar o reparo eletivo até que a criança tenha 4 anos ou mais, e essa foi a estratégia de tratamento usada com mais frequência em uma pesquisa com membros da American Pediatric Surgical Association.[12][13] A terapia de compressão (como o uso de cintas abdominais) não tem função no tratamento e pode ser prejudicial ou complicar o reparo.

Hérnia encarcerada

Se um indivíduo com hérnia umbilical não reparada se apresentar com desconforto ou uma massa umbilical dolorosa, será necessário suspeitar de encarceramento com ou sem estrangulamento e tratá-la imediatamente, não importando a idade ou o tamanho. O encarceramento ocorre se o conteúdo intra-abdominal (por exemplo, omento ou uma víscera abdominal) ficar preso no saco herniário protruso. Isso é chamado de "estrangulamento" se o suprimento de sangue ao intestino for comprometido, causando isquemia.[2]

O tratamento consiste em uma tentativa imediata de redução (na ausência de sinais de peritonite) ordenhando o ar ou o líquido da alça encarcerada do intestino e aplicando uma pressão firme e contínua à massa. Se for reduzida, o paciente deverá ser internado e observado quanto à peritonite, com reparo cirúrgico no dia seguinte. Se não for possível reduzir a hérnia, a indicação será de reparo de emergência. A avaliação da integridade intestinal deverá fazer parte do procedimento, especialmente se for encontrado líquido peritoneal com sangue durante a cirurgia.

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