As etapas iniciais ao avaliar um paciente com suspeita de síncope são diferenciar a síncope de quadros clínicos que não são síncopes, como convulsões, quedas, pseudossíncopes psicogênicas, crises de queda súbita e ataques isquêmicos transitórios, e tentar identificar a causa (mecanismo) para que o tratamento adequado possa ser oferecido.[11]Brignole M, Moya A, de Lange FJ, et al. 2018 ESC guidelines for the diagnosis and management of syncope. Eur Heart J. 2018 Jun 1;39(21):1883-948.
https://academic.oup.com/eurheartj/article/39/21/1883/4939241
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29562304?tool=bestpractice.com
Dados de vários estudos mostraram que a anamnese e o exame físico podem identificar uma possível causa da síncope em muitos pacientes cujo distúrbio primário pode ser identificado.[11]Brignole M, Moya A, de Lange FJ, et al. 2018 ESC guidelines for the diagnosis and management of syncope. Eur Heart J. 2018 Jun 1;39(21):1883-948.
https://academic.oup.com/eurheartj/article/39/21/1883/4939241
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29562304?tool=bestpractice.com
[22]Brignole M, Moya A, de Lange FJ, et al. Practical Instructions for the 2018 ESC Guidelines for the diagnosis and management of syncope. Eur Heart J. 2018 Jun 1;39(21):e43-e80.
https://academic.oup.com/eurheartj/article/39/21/e43/4939242
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29562291?tool=bestpractice.com
O próximo passo é avaliar o risco específico para o paciente.[9]Shen WK, Sheldon RS, Benditt DG, et al. 2017 ACC/AHA/HRS guideline for the evaluation and management of patients with syncope: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Task Force on Clinical Practice Guidelines, and the Heart Rhythm Society. Circulation. 2017 Aug 1;136(5):e60-122.
https://www.ahajournals.org/doi/abs/10.1161/CIR.0000000000000499
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28280231?tool=bestpractice.com
[11]Brignole M, Moya A, de Lange FJ, et al. 2018 ESC guidelines for the diagnosis and management of syncope. Eur Heart J. 2018 Jun 1;39(21):1883-948.
https://academic.oup.com/eurheartj/article/39/21/1883/4939241
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29562304?tool=bestpractice.com
Por exemplo, a presença de cardiopatia estrutural ou de achados eletrocardiográficos anormais indica que o indivíduo pode estar em maior risco de óbito.[16]Arnar DO. Syncope in patients with structural heart disease. J Intern Med. 2013 Apr;273(4):336-44.
https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1111/joim.12027
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23510364?tool=bestpractice.com
História
As afecções sincopais e não sincopais, com perda da consciência real ou aparente, podem ser diferenciadas na maioria dos casos com uma história clínica detalhada mas, em alguns casos, isso pode ser extremamente difícil.[23]Wieling W, Ganzeboom KS, Krediet CT, et al. Initial diagnostic strategy in the case of transient losses of consciousness: the importance of the medical history [in Dutch]. Ned Tijdschr Geneeskd. 2003 May 3;147(18):849-54.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12756875?tool=bestpractice.com
[24]Sheldon R, Rose S, Ritchie D, et al. Historical criteria that distinguish syncope from seizures. J Am Coll Cardiol. 2002 Jul 3;40(1):142-8.
https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S073510970201940X?via%3Dihub
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12103268?tool=bestpractice.com
Quando um paciente chega ao pronto-socorro (PS), é importante diferenciar corretamente as causas da síncope que são benignas das causas que apresentam potencial risco de vida. Os sintomas de alerta que indicam isso incluem: dor torácica, palpitações, dorsalgia, hematêmese, melena antes do episódio de síncope e síncope com exercícios.[10]National Institute for Health and Care Excellence. Heart valve disease presenting in adults: investigation and management. Nov 2021 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng208
[25]Asplund CA, O'Connor FG, Noakes TD. Exercise-associated collapse: an evidence-based review and primer for clinicians. Br J Sports Med. 2011 Nov;45(14):1157-62.
http://bjsm.bmj.com/content/45/14/1157.long
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21948122?tool=bestpractice.com
Palpitações antes da perda de consciência são um preditor importante de causa cardíaca da síncope.[26]Alboni P, Brignole M, Menozzi C, et al. Diagnostic value of history in patients with syncope with or without heart disease. J Am Coll Cardiol. 2001 Jun 1;37(7):1921-8.
https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0735109701012414?via%3Dihub
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11401133?tool=bestpractice.com
Uma descrição detalhada do evento é obtida do paciente ou da testemunha. Os fatores precipitantes, o pródromo dos sintomas, a posição do paciente no momento do evento, a duração da síncope, o tempo de recuperação e a história familiar são pontos importantes a serem considerados. A história ajuda a apurar o diagnóstico diferencial e visa a identificar o risco de afecções relacionadas a um mau prognóstico.[9]Shen WK, Sheldon RS, Benditt DG, et al. 2017 ACC/AHA/HRS guideline for the evaluation and management of patients with syncope: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Task Force on Clinical Practice Guidelines, and the Heart Rhythm Society. Circulation. 2017 Aug 1;136(5):e60-122.
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http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28280231?tool=bestpractice.com
Fatores desencadeantes específicos
A síncope situacional com atividades que incluem tosse, deglutição, micção e defecação sugere que a causa seja neuromediada ou vasovagal. A síncope neuromediada é frequentemente recorrente e precipitada por fadiga, ambiente quente, dor intensa, jejum, consumo de álcool, situações emotivas ou estressantes e posição ortostática por tempo prolongado. O paciente está geralmente em posição ortostática, queixa-se de sintomas prodrômicos como fraqueza e pode ter náuseas, diaforese, palpitações, visão embaçada e tornar-se visivelmente pálido. A fadiga é comum após a recuperação da consciência.
A síncope ao fazer a barba ou virar a cabeça para um lado pode estar relacionada à hipersensibilidade do seio carotídeo, que afeta principalmente homens com ≥50 anos de idade.
Distinção entre síncope e crise epiléptica
A distinção entre síncope e crise epiléptica pode, às vezes, ser desafiadora. As informações obtidas pelas testemunhas podem ajudar a definir o diagnóstico. As convulsões costumam estar associadas à maior duração da perda da consciência, perda de controle intestinal e vesical, movimentos clônicos rítmicos e desorientação após o episódio. Embora morder a língua possa ocorrer nos pacientes com síncope, isso aumenta muito as chances de que o paciente tenha tido uma crise epiléptica.[27]Brigo F, Nardone R, Bongiovanni LG. Value of tongue biting in the differential diagnosis between epileptic seizures and syncope. Seizure. 2012 Oct;21(8):568-72.
https://www.seizure-journal.com/article/S1059-1311(12)00151-3/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22770819?tool=bestpractice.com
Contorções e espasmos são frequentemente observados na síncope vasovagal ou cardíaca, mas eles podem ser diferenciados do espasmo rítmico de todos os membros nas convulsões tônico-clônicas. Testes adicionais são necessários quando o diagnóstico permanecer incerto.[12]Wang CZ. Current diagnosis and management of children with vasovagal syncope. World J Pediatr. 2007;3:98-103.
História médica pregressa
Obter a história médica pregressa é importante, particularmente a anotação de qualquer afecção cardiovascular conhecida.[9]Shen WK, Sheldon RS, Benditt DG, et al. 2017 ACC/AHA/HRS guideline for the evaluation and management of patients with syncope: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Task Force on Clinical Practice Guidelines, and the Heart Rhythm Society. Circulation. 2017 Aug 1;136(5):e60-122.
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http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28280231?tool=bestpractice.com
Os pacientes com insuficiência cardíaca congestiva avançada com fração de ejeção média baixa (<20%) e síncope têm aumento do risco de arritmia ventricular e 45% de mortalidade a 1 ano.[28]Middlekauff HR, Stevenson WG, Stevenson LW, et al. Syncope in advanced heart failure: high risk of sudden death regardless of origin of syncope. J Am Coll Cardiol. 1993 Jan;21(1):110-6.
https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/073510979390724F?via%3Dihub
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8417050?tool=bestpractice.com
Alguns pacientes com hipertensão arterial pulmonar têm uma história de síncope no momento da apresentação, o que consiste em um preditor independente de prognóstico desfavorável.[29]Le RJ, Fenstad ER, Maradit-Kremers H, et al. Syncope in adults with pulmonary arterial hypertension. J Am Coll Cardiol. 2011 Aug 16;58(8):863-7.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21835323?tool=bestpractice.com
Os pacientes sintomáticos com síndrome de Brugada têm maior risco de morte súbita que os pacientes assintomáticos.[30]Antzelevitch C, Brugada P, Brugada J, et al. Brugada syndrome: 1992-2002: a historical perspective. J Am Coll Cardiol. 2003 May 21;41(10):1665-71.
https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0735109703003103?via%3Dihub
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12767644?tool=bestpractice.com
[31]Brugada J, Brugada R, Antzelevitch C, et al. Long-term follow-up of individuals with the electrocardiographic pattern of right bundle-branch block and ST-segment elevation in precordial leads V1 to V3. Circulation. 2002 Jan 1;105(1):73-8.
https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/hc0102.101354
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11772879?tool=bestpractice.com
Os pacientes com cardiomiopatia hipertrófica que tiveram um episódio de síncope também têm alto risco de morte súbita.[32]Spirito P, Autore C, Rapezzi C, et al. Syncope and risk of sudden death in hypertrophic cardiomyopathy. Circulation. 2009 Apr 7;119(13):1703-10.
https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/CIRCULATIONAHA.108.798314
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19307481?tool=bestpractice.com
As pessoas com pseudossíncope psicogênica muitas vezes têm uma história de episódios frequentes e recorrentes. A duração da perda da consciência aparente costuma ser longa. Ela é mais comum nas mulheres jovens, e há maior prevalência nas pessoas com história de abuso físico ou sexual.[9]Shen WK, Sheldon RS, Benditt DG, et al. 2017 ACC/AHA/HRS guideline for the evaluation and management of patients with syncope: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Task Force on Clinical Practice Guidelines, and the Heart Rhythm Society. Circulation. 2017 Aug 1;136(5):e60-122.
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http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28280231?tool=bestpractice.com
[33]Iglesias JF, Graf D, Forclaz A, et al. Stepwise evaluation of unexplained syncope in a large ambulatory population. Pacing Clin Electrophysiol. 2009 Mar;32 (Suppl 1):S202-6.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19250095?tool=bestpractice.com
História familiar
Uma história familiar de síncope é importante. Os pacientes com síncope ao esforço e história familiar positiva de síncope ou morte súbita cardíaca têm aumento do risco de morte súbita e precisam de avaliações adicionais para descartar causas cardíacas da síncope, como a síndrome do QT prolongado.
História medicamentosa
Uma história medicamentosa detalhada deve ser obtida e pode fornecer informações úteis que sugiram uma possível causa do episódio de síncope. As classes de medicamentos que foram implicadas em episódios de síncope incluem: diuréticos, vasodilatadores, venodilatadores, cronotrópicos negativos e sedativos.[9]Shen WK, Sheldon RS, Benditt DG, et al. 2017 ACC/AHA/HRS guideline for the evaluation and management of patients with syncope: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Task Force on Clinical Practice Guidelines, and the Heart Rhythm Society. Circulation. 2017 Aug 1;136(5):e60-122.
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http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28280231?tool=bestpractice.com
Os medicamentos vasoativos, incluindo os agentes anti-hipertensivos, medicamentos antianginosos e medicamentos usados para tratar disfunção erétil podem causar síncope devido a seus efeitos vasodilatadores.
Interações medicamentosas podem prolongar o intervalo QT e causar disritmias com potencial risco de vida.
Os pacientes idosos, em particular, estão mais suscetíveis a efeitos de medicamentos que podem causar síncope, e deve-se dar atenção mais rigorosa a potenciais interações medicamentosas nesses indivíduos.
Exame físico e ECG
As anormalidades nos sinais vitais, incluindo taquicardia ou hipotensão persistentes, são preocupantes e devem ensejar uma busca da causa subjacente.
A pressão arterial deve ser verificada em ambos os braços, nas posições supina e ortostática, imediatamente após se assumir a posição ortostática e 3 minutos após.[9]Shen WK, Sheldon RS, Benditt DG, et al. 2017 ACC/AHA/HRS guideline for the evaluation and management of patients with syncope: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Task Force on Clinical Practice Guidelines, and the Heart Rhythm Society. Circulation. 2017 Aug 1;136(5):e60-122.
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http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28280231?tool=bestpractice.com
Por consenso, a hipotensão ortostática é definida como uma queda na pressão arterial sistólica de pelo menos 20 mmHg e/ou uma queda na pressão arterial diastólica de, pelo menos, 10 mmHg até 3 minutos em posição ortostática.[34]Freeman R, Wieling W, Axelrod FB, et al. Consensus statement on the definition of orthostatic hypotension, neurally mediated syncope and the postural tachycardia syndrome. Clin Auton Res. 2011 Apr;21(2):69-72.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21431947?tool=bestpractice.com
A European Cardiology Society acrescentou uma queda na pressão arterial sistólica para <90mmHg após 3 minutos em posição ortostática aos critérios diagnósticos da hipotensão ortostática.[11]Brignole M, Moya A, de Lange FJ, et al. 2018 ESC guidelines for the diagnosis and management of syncope. Eur Heart J. 2018 Jun 1;39(21):1883-948.
https://academic.oup.com/eurheartj/article/39/21/1883/4939241
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29562304?tool=bestpractice.com
A hipotensão ortostática pode identificar alguns pacientes com síncope relacionada a depleção de volume, insuficiência autonômica ou medicamentos.[34]Freeman R, Wieling W, Axelrod FB, et al. Consensus statement on the definition of orthostatic hypotension, neurally mediated syncope and the postural tachycardia syndrome. Clin Auton Res. 2011 Apr;21(2):69-72.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21431947?tool=bestpractice.com
No entanto, ela é um achado comum em pacientes assintomáticos. O diagnóstico de hipotensão ortostática como única causa de síncope deve, provavelmente, representar um diagnóstico de exclusão nos pacientes de alto risco, pois muitos pacientes de alto risco também têm hipotensão ortostática.
A frequência cardíaca e o ritmo são úteis no diagnóstico de arritmias e embolia pulmonar. A ausculta cardíaca pode revelar sopros (por exemplo, de estenose aórtica, mixoma atrial e hipertensão arterial pulmonar).
É necessário um exame neurológico básico. A presença de deficits sensoriais, motores, de fala ou de visão sugere um problema neurológico subjacente, o que requer encaminhamentos ou investigações adicionais. Nos pacientes com suspeita de hipersensibilidade carotídea, a massagem do seio carotídeo pode reproduzir os sintomas. A massagem do seio carotídeo não deve ser realizada nos pacientes que tiverem apresentado ataque isquêmico transitório ou acidente vascular cerebral (AVC) nos 3 meses anteriores ou nos pacientes com sopros carotídeos (a menos que os exames da carótida com Doppler descartem uma estenose significativa da artéria carótida de modo convincente).[11]Brignole M, Moya A, de Lange FJ, et al. 2018 ESC guidelines for the diagnosis and management of syncope. Eur Heart J. 2018 Jun 1;39(21):1883-948.
https://academic.oup.com/eurheartj/article/39/21/1883/4939241
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29562304?tool=bestpractice.com
Um ECG de 12 derivações deverá ser realizado em cada paciente que apresenta os sintomas de síncope.[9]Shen WK, Sheldon RS, Benditt DG, et al. 2017 ACC/AHA/HRS guideline for the evaluation and management of patients with syncope: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Task Force on Clinical Practice Guidelines, and the Heart Rhythm Society. Circulation. 2017 Aug 1;136(5):e60-122.
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[35]Dovgalyuk J, Holstege C, Mattu A, et al. The electrocardiogram in the patient with syncope. Am J Emerg Med. 2007 Jul;25(6):688-701.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17606095?tool=bestpractice.com
Avaliação de risco
As diretrizes de 2017 do American College of Cardiology/American Heart Association/Heart Rhythm Society (ACC/AHA/HRS) para a avaliação e tratamento de pacientes com síncope recomendam avaliar o risco de morbidade e mortalidade em curto prazo (até 30 dias após a síncope) e em longo prazo (até 12 meses de acompanhamento) em indivíduos que apresentam síncope no ambulatório ou pronto-socorro.[9]Shen WK, Sheldon RS, Benditt DG, et al. 2017 ACC/AHA/HRS guideline for the evaluation and management of patients with syncope: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Task Force on Clinical Practice Guidelines, and the Heart Rhythm Society. Circulation. 2017 Aug 1;136(5):e60-122.
https://www.ahajournals.org/doi/abs/10.1161/CIR.0000000000000499
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28280231?tool=bestpractice.com
Fatores de risco em curto prazo
Sexo masculino
Sem pródromo
Palpitações anteriores à perda da consciência
Síncope por esforço
Cardiopatia estrutural
Insuficiência cardíaca
Doença cerebrovascular
História familiar de morte súbita cardíaca
Trauma
Evidência de sangramento
Sinais vitais anormais persistentes
Troponina positiva.
Fatores de risco em longo prazo
Sexo masculino
Idade avançada
Ausência de náuseas/vômitos anteriores ao evento da síncope
Arritmia ventricular
Câncer
Cardiopatia estrutural
Insuficiência cardíaca
Doença cerebrovascular
Escore CHADS-2 elevado
Eletrocardiograma (ECG) anormal
Taxa de filtração glomerular anormal.
As diretrizes do ACC/AHA/HRS também consideram fatores associados ao risco intermediário, em que uma observação estruturada no pronto-socorro pode ser considerada:[9]Shen WK, Sheldon RS, Benditt DG, et al. 2017 ACC/AHA/HRS guideline for the evaluation and management of patients with syncope: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Task Force on Clinical Practice Guidelines, and the Heart Rhythm Society. Circulation. 2017 Aug 1;136(5):e60-122.
https://www.ahajournals.org/doi/abs/10.1161/CIR.0000000000000499
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28280231?tool=bestpractice.com
50 anos de idade ou mais
História prévia de doença cardíaca
Dispositivo cardíaco sem evidência de disfunção
Achados eletrocardiográficos preocupantes
História familiar de morte súbita cardíaca precoce
Sintomas não consistentes com síncope mediada por reflexos.
Quando a causa da síncope não é clara e o paciente se enquadra no grupo de risco intermediário, o uso de um protocolo estruturado de observação do pronto-socorro pode ser eficaz como meio de reduzir a internação hospitalar.[9]Shen WK, Sheldon RS, Benditt DG, et al. 2017 ACC/AHA/HRS guideline for the evaluation and management of patients with syncope: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Task Force on Clinical Practice Guidelines, and the Heart Rhythm Society. Circulation. 2017 Aug 1;136(5):e60-122.
https://www.ahajournals.org/doi/abs/10.1161/CIR.0000000000000499
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28280231?tool=bestpractice.com
Preditores de desfechos adversos em curto prazo
Geralmente, apesar de uma anamnese e exame físico detalhados, nenhuma causa óbvia da síncope é identificada. Nesses casos, é importante identificar os pacientes com maior risco de desfechos graves em curto prazo.
Vários estudos tentaram identificar preditores de desfechos adversos em curto prazo em pacientes que procuram o PS, cuja investigação inicial não tenha revelado uma causa óbvia da síncope.[7]Gibson TA, Weiss RE, Sun BC. Predictors of Short-Term Outcomes after Syncope: A Systematic Review and Meta-Analysis. West J Emerg Med. 2018 May;19(3):517-23.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5942019
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29760850?tool=bestpractice.com
[36]Costantino G, Sun BC, Barbic F, et al. Syncope clinical management in the emergency department: a consensus from the first international workshop on syncope risk stratification in the emergency department. Eur Heart J. 2016 May 14;37(19):1493-8.
https://academic.oup.com/eurheartj/article/37/19/1493/1748716
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26242712?tool=bestpractice.com
[37]Grossman SA, Fischer C, Lipsitz LA, et al. Predicting adverse outcomes in syncope. J Emerg Med. 2007 Oct;33(3):233-9.
https://www.jem-journal.com/article/S0736-4679(07)00297-1/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17976548?tool=bestpractice.com
Os pacientes considerados clinicamente com risco intermediário ou alto de disritmia ou morte súbita devem ser internados em uma unidade de internação, em uma unidade de observação ou em outra área monitorada. Embora a definição dos pacientes de alto e baixo risco não seja consistente entre os estudos, algumas características clínicas e diagnósticas conferem um risco mais baixo ou mais alto de desfechos adversos, incluindo disritmia.[36]Costantino G, Sun BC, Barbic F, et al. Syncope clinical management in the emergency department: a consensus from the first international workshop on syncope risk stratification in the emergency department. Eur Heart J. 2016 May 14;37(19):1493-8.
https://academic.oup.com/eurheartj/article/37/19/1493/1748716
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26242712?tool=bestpractice.com
[37]Grossman SA, Fischer C, Lipsitz LA, et al. Predicting adverse outcomes in syncope. J Emerg Med. 2007 Oct;33(3):233-9.
https://www.jem-journal.com/article/S0736-4679(07)00297-1/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17976548?tool=bestpractice.com
Os pacientes considerados de baixo risco são aqueles que apresentam síncope com idade mais jovem (<40 anos), síncope que ocorreu em posição ortostática, ou passando da posição supina/sentada para a posição ortostática, síncope desencadeada por uma situação dolorosa ou emocionalmente estressante, ou por tosse, micção ou defecação.[7]Gibson TA, Weiss RE, Sun BC. Predictors of Short-Term Outcomes after Syncope: A Systematic Review and Meta-Analysis. West J Emerg Med. 2018 May;19(3):517-23.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5942019
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29760850?tool=bestpractice.com
[36]Costantino G, Sun BC, Barbic F, et al. Syncope clinical management in the emergency department: a consensus from the first international workshop on syncope risk stratification in the emergency department. Eur Heart J. 2016 May 14;37(19):1493-8.
https://academic.oup.com/eurheartj/article/37/19/1493/1748716
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26242712?tool=bestpractice.com
Os pacientes com pré-síncope (pacientes que sentem que vão desmaiar, mas não desmaiam) apresentam riscos similares de desfechos adversos, quando comparados com pacientes com perda transitória da consciência, e devem ser tratados de maneira similar.[38]Bastani A, Su E, Adler DH, et al. Comparison of 30-Day Serious Adverse Clinical Events for Elderly Patients Presenting to the Emergency Department With Near-Syncope Versus Syncope. Ann Emerg Med. 2019 Mar;73(3):274-80.
https://www.annemergmed.com/article/S0196-0644(18)31420-3/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30529112?tool=bestpractice.com
Os pacientes que procuram o PS com síncope determinada como sendo de etiologia benigna (claramente vasovagal ou relacionada a desidratação) com investigação negativa no PS devem ser considerados para alta, independente da presença de outros fatores de risco.
Exames auxiliares
As investigações adicionais devem ser individualizadas, de modo que a investigação seja feita de maneira custo-efetiva e apropriada.[9]Shen WK, Sheldon RS, Benditt DG, et al. 2017 ACC/AHA/HRS guideline for the evaluation and management of patients with syncope: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Task Force on Clinical Practice Guidelines, and the Heart Rhythm Society. Circulation. 2017 Aug 1;136(5):e60-122.
https://www.ahajournals.org/doi/abs/10.1161/CIR.0000000000000499
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28280231?tool=bestpractice.com
O diagnóstico da síncope vasovagal baseia-se principalmente na história, no exame físico e na observação de testemunhas, se disponível, de modo que testes adicionais neste grupo podem não ser necessários em indivíduos saudáveis. No entanto, as características podem não ser típicas em idosos, o que torna o diagnóstico menos evidente.[9]Shen WK, Sheldon RS, Benditt DG, et al. 2017 ACC/AHA/HRS guideline for the evaluation and management of patients with syncope: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Task Force on Clinical Practice Guidelines, and the Heart Rhythm Society. Circulation. 2017 Aug 1;136(5):e60-122.
https://www.ahajournals.org/doi/abs/10.1161/CIR.0000000000000499
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28280231?tool=bestpractice.com
Exames de sangue podem ser úteis e precisam ser adaptados ao paciente em questão.[9]Shen WK, Sheldon RS, Benditt DG, et al. 2017 ACC/AHA/HRS guideline for the evaluation and management of patients with syncope: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Task Force on Clinical Practice Guidelines, and the Heart Rhythm Society. Circulation. 2017 Aug 1;136(5):e60-122.
https://www.ahajournals.org/doi/abs/10.1161/CIR.0000000000000499
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28280231?tool=bestpractice.com
Na prática, é comum medir as enzimas cardíacas (por exemplo, troponina de alta sensibilidade) em todos os pacientes que chegam ao hospital com síncope, embora as diretrizes de 2017 do ACC/AHA/HRS recomendem fazer esse teste nas pessoas com sinais que sugiram infarto agudo do miocárdio, como dor torácica ou dispneia.[9]Shen WK, Sheldon RS, Benditt DG, et al. 2017 ACC/AHA/HRS guideline for the evaluation and management of patients with syncope: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Task Force on Clinical Practice Guidelines, and the Heart Rhythm Society. Circulation. 2017 Aug 1;136(5):e60-122.
https://www.ahajournals.org/doi/abs/10.1161/CIR.0000000000000499
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28280231?tool=bestpractice.com
O hemograma completo e o nível glicêmico são testes úteis como rotina. Em um grupo não selecionado de pacientes que chega ao pronto-socorro com síncope por qualquer motivo, o hematócrito <30% foi um preditor importante de eventos adversos.[39]Quinn JV, Stiell IG, McDermott DA, et al. Derivation of the San Francisco Syncope Rule to predict patients with short-term serious outcomes. Ann Emerg Med. 2004 Feb;43(2):224-32.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/14747812?tool=bestpractice.com
A uremia e anormalidades eletrolíticas podem causar convulsão, e os testes podem ajudar a fazer o diagnóstico nos pacientes cuja atividade convulsiva não possa ser descartada. Uma creatina quinase elevada também pode sugerir convulsões.
Nos pacientes com anemia, o exame de sangue oculto nas fezes deve ser considerado para avaliar o sangramento gastrointestinal oculto como uma possível causa da síncope. Para avaliar a presença de câncer colorretal, as diretrizes do Reino Unido e dos EUA relatam limiares de risco para a testagem dos pacientes sintomáticos.[40]Rex DK, Boland CR, Dominitz JA, et al. Colorectal cancer screening: recommendations for physicians and patients from the U.S. Multi-Society Task Force on colorectal cancer. Am J Gastroenterol. 2017 Jul;112(7):1016-30.
https://journals.lww.com/ajg/fulltext/2017/07000/colorectal_cancer_screening__recommendations_for.13.aspx
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28555630?tool=bestpractice.com
[41]National Institute for Health and Care Excellence. Suspected cancer: recognition and referral. Oct 2023 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng12
[42]National Institute for Health and Care Excellence. Quantitative faecal immunochemical testing to guide colorectal cancer pathway referral in primary care. Aug 2023 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/dg56
O National Institute for Health and Care Excellence (NICE) do Reino Unido recomenda certos testes imunoquímicos fecais quantitativos (FITs) para reconhecimento e encaminhamento dos pacientes com risco de câncer colorretal.[41]National Institute for Health and Care Excellence. Suspected cancer: recognition and referral. Oct 2023 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng12
[42]National Institute for Health and Care Excellence. Quantitative faecal immunochemical testing to guide colorectal cancer pathway referral in primary care. Aug 2023 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/dg56
Todas as mulheres sexualmente ativas e em idade fértil devem realizar um teste de gravidez. Exames toxicológicos da urina e do sangue são realizados em pacientes com alta suspeita clínica de abuso de álcool ou uso de substâncias ilícitas, bem como em pacientes sem causa óbvia de síncope na história e no exame físico.
A radiografia torácica pode ser útil como um parâmetro basal.[43]American College of Radiology. ACR appropriateness criteria: syncope. 2020 [internet publication].
https://acsearch.acr.org/docs/3128014/Narrative
Ela é um exame inicial importante em algumas circunstâncias clínicas, como infarto do miocárdio, dissecção da aorta e úlcera péptica perfurada. Não há evidências que sugiram a indicação de exames de imagem avançados (como tomografia computadorizada [TC]), da ecocardiografia cardíaca funcional ou dos testes eletrofisiológicos na triagem dos pacientes de maneira rotineira.[44]Huff JS, Decker WW, Quinn JV, et al. Clinical policy: critical issues in the evaluation and management of adult patients presenting to the emergency department with syncope. Ann Emerg Med. 2007 Apr;49(4):431-44.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17371707?tool=bestpractice.com
Em caso de suspeita de causa cardiovascular
Se houver suspeita de causa cardíaca ao ECG, a ecocardiografia transtorácica é realizada para se avaliar a presença de doença cardíaca orgânica.[43]American College of Radiology. ACR appropriateness criteria: syncope. 2020 [internet publication].
https://acsearch.acr.org/docs/3128014/Narrative
Um estudo retrospectivo realizado com adultos hospitalizados com síncope constatou que 44% dos pacientes com exame físico ou ECG anormais apresentaram um achado ecocardiográfico significativo, comparados com 10% dos pacientes com exame físico normal e um ECG normal.[45]Ghani AR, Ullah W, Abdullah HMA, et al. The role of echocardiography in diagnostic evaluation of patients with syncope-a retrospective analysis. Am J Cardiovasc Dis. 2019;9(5):78-83.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6872465
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31763059?tool=bestpractice.com
Pacientes com cardiopatia orgânica internados com, por exemplo, estudos eletrofisiológicos, monitores Holter e loop event recorder por 24 a 48 horas. Existem vários tipos de dispositivos de monitoramento cardíaco; a escolha é baseada na frequência e na natureza dos eventos sincopais.[9]Shen WK, Sheldon RS, Benditt DG, et al. 2017 ACC/AHA/HRS guideline for the evaluation and management of patients with syncope: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Task Force on Clinical Practice Guidelines, and the Heart Rhythm Society. Circulation. 2017 Aug 1;136(5):e60-122.
https://www.ahajournals.org/doi/abs/10.1161/CIR.0000000000000499
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28280231?tool=bestpractice.com
Os estudos eletrofisiológicos podem ser considerados em pacientes selecionados nos quais houver suspeita de que a etiologia seja uma arritmia.
Em alguns pacientes, é necessário teste ergométrico ou cateterismo cardíaco para confirmar a presença de doença arterial coronariana. O teste ergométrico também pode ser usado em pacientes selecionados que relatarem síncope ou sintomas pré-sincopais associados a exercícios. No entanto, é necessária extrema cautela, e este teste só deve ser realizado em um ambiente adequado em que esteja disponível suporte avançado à vida.[9]Shen WK, Sheldon RS, Benditt DG, et al. 2017 ACC/AHA/HRS guideline for the evaluation and management of patients with syncope: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Task Force on Clinical Practice Guidelines, and the Heart Rhythm Society. Circulation. 2017 Aug 1;136(5):e60-122.
https://www.ahajournals.org/doi/abs/10.1161/CIR.0000000000000499
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28280231?tool=bestpractice.com
Nos pacientes com suspeita de mixoma atrial, a ecocardiografia transesofágica e a ressonância nuclear magnética (RNM) cardíaca são usadas para demonstrar o tumor. A TC de tórax com contraste é indicada para visualizar a parede da aorta anormal nos pacientes com dissecção da aorta. Uma ultrassonografia abdominal (juntamente com a bioquímica sérica) é realizada nas pessoas com suspeita de aneurisma de aorta abdominal roto. A ultrassonografia duplex é feita nas pessoas com suspeita de síndrome de roubo da subclávia.
A TC ou a RNM podem ser usadas se houver suspeita de uma causa cardíaca, mas a avaliação inicial não foi conclusiva. Se houver suspeita de cardiomiopatia arritmogênica do ventrículo direito ou de sarcoidose cardíaca, a RNM pode ser considerada.[9]Shen WK, Sheldon RS, Benditt DG, et al. 2017 ACC/AHA/HRS guideline for the evaluation and management of patients with syncope: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Task Force on Clinical Practice Guidelines, and the Heart Rhythm Society. Circulation. 2017 Aug 1;136(5):e60-122.
https://www.ahajournals.org/doi/abs/10.1161/CIR.0000000000000499
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28280231?tool=bestpractice.com
A angiografia do ventrículo direito também pode ser realizada se houver suspeita de cardiomiopatia arritmogênica do ventrículo direito. A tomografia por emissão de pósitrons com 18F-fluordesoxiglucose pode ser considerada se houver suspeita de sarcoidose cardíaca.
Radiografia torácica, dímero D, angiografia pulmonar por TC, cintilografia ventilação/perfusão ou angiografia pulmonar são indicadas na suspeita de embolia pulmonar (EP). A escolha da investigação depende da probabilidade de EP e das comorbidades do paciente.
Se houver suspeita de uma causa neurológica (inclusive neuromediada)
O teste da mesa inclinável pode ser realizado em todos os pacientes jovens aparentemente saudáveis ou nos pacientes com síncope recorrente com suspeita de síncope neuromediada (vasovagal). Um teste da mesa inclinável positivo sugere uma tendência à síncope vasovagal, mas não fornece um diagnóstico definitivo.
O teste hemodinâmico e os testes de reflexo autonômico são realizados para avaliar a disautonomia.
A tomografia computadorizada (TC) de crânio é realizada em pacientes com deficits neurológicos ou trauma na cabeça após uma queda causada por síncope.[46]Primary Writing Committee., Sandhu RK, Raj SR, et al. Canadian Cardiovascular Society Clinical Practice Update on the Assessment and Management of Syncope. Can J Cardiol. 2020 Aug;36(8):1167-1177.
https://www.doi.org/10.1016/j.cjca.2019.12.023
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32624296?tool=bestpractice.com
Ressonância nuclear magnética (RNM), ultrassonografia da carótida por Doppler e angiografia por ressonância magnética são solicitadas para avaliar aterosclerose vertebrobasilar em pacientes com deficits neurológicos.
Se a convulsão não puder ser descartada, uma eletroencefalografia deve ser solicitada.
Se houver suspeita de uma causa obstétrica, gastrointestinal ou endócrina
A ultrassonografia transvaginal é realizada em gestantes para descartar gravidez ectópica. Um teste de gravidez urinário também pode ser acompanhado com gonadotrofina coriônica humana sérica.
Um hemograma completo e bioquímicas séricas são realizados em todos os pacientes com (suspeita de) hemorragia digestiva. Na hemorragia digestiva alta, a endoscopia digestiva alta pode demonstrar doença esofágica, gástrica ou duodenal subjacente, enquanto a colonoscopia é realizada nos casos de hemorragia digestiva baixa.
Testes laboratoriais adicionais para detectar os níveis de peptídeo C e de sulfonilureias são indicados nas suspeitas de hipoglicemia. Os pacientes com suspeita de doença de Addison requerem medição dos eletrólitos e do cortisol sérico matinal, do hormônio adrenocorticotrófico (ACTH; teste de estimulação) e uma tomografia computadorizada abdominal.