Abordagem

Os tratamentos atuais são imunossupressores, imunomoduladores ou modificadores da resposta biológica. Os tratamentos estimulam o crescimento dos fios, mas não evitam a perda de cabelo e provavelmente não influenciam a evolução da doença.[6][22]A alopecia areata (AA) frequentemente apresenta recidivas e remissões. Portanto, os ensaios de terapias são difíceis de interpretar. As terapias são mantidas até que ocorra remissão ou até que um novo crescimento cosmeticamente aceitável ocorra, o que pode levar meses ou anos. A escolha da terapia depende principalmente da idade do paciente, da extensão da perda de cabelo, da extensão do sofrimento psíquico causado e da motivação do paciente. O tratamento provavelmente é mais eficaz em pacientes com doença leve ou de duração mais curta. Os folículos pilosos não são destruídos pela inflamação na AA, portanto, geralmente há potencial para novo crescimento, embora em casos crônicos e de longa duração o potencial de crescimento de novos fios seja diminuído. Outra opção válida para o paciente é decidir não se submeter a nenhum tratamento farmacológico, uma vez que a AA não causa qualquer dano à saúde além do possível sofrimento psicológico e de alguns medicamentos disponíveis terem efeitos colaterais.

Camuflagem cosmética e apoio ao paciente

Esta é uma parte importante do manejo, não apenas para o paciente que não responde ao tratamento, mas também para o paciente inicial ao começar o tratamento antes que seja possível determinar se irá haver resposta. Se a perda de cabelo for difusa ou incompleta em determinadas áreas, poderá ser usada uma formulação em pó. Entretanto, a maior parte das áreas afetadas geralmente não tem fios terminais e, nesse caso, sprays ou cremes para coloração podem ser experimentados. Em caso de perdas mais extensas, podem ser usadas perucas ou apliques de cabelo. As perucas podem ser sintéticas ou de cabelo natural fabricadas usando uma tela ou colocadas a vácuo em caso de alopecia totalis. Grupos de apoio aos pacientes podem ser muito úteis para fornecer informações a respeito desses serviços. Aconselhamento ou apoio psicológico também é importante, em virtude do impacto significativo que essa doença pode causar em decorrência de drásticas e às vezes rápidas mudanças na aparência, bem como de sua natureza imprevisível.

Queda de cabelos limitada

Na queda leve de cabelos, aproximadamente 5% a 25% do couro cabeludo é afetado, enquanto na perda moderada aproximadamente 25% a 50% é afetado. Para perda de cabelo de leve à moderada, corticosteroides tópicos são o tratamento de primeira linha para crianças e para adultos que não querem se submeter à corticoterapia intralesional. A atrofia da pele pode ser um efeito adverso temporário. Corticosteroides intralesionais são o tratamento inicial adequado para adultos com doença localizada (áreas limitadas de perda de cabelo em placas) e também podem ser injetados nas sobrancelhas e barba. A administração de corticosteroides intralesionais pode ser dolorosa; o desconforto pode ser minimizado com a aplicação de anestésicos tópicos antes das injeções e com o uso de uma agulha de calibre 30. A atrofia cutânea, a foliculite localizada e a acne podem ser efeitos adversos temporários.[2][6][9] O crescimento de novos fios pode ser observado, tipicamente, em 1 a 6 meses com a administração intralesional de corticosteroides. Em geral, a triancinolona acetonida é utilizada até que seja atingida a densidade total ou quando não houver crescimento de novos fios por aproximadamente 6 meses. Altas doses não demonstraram ser mais eficazes e aumentam a possibilidade de efeitos colaterais.

O tratamento tópico com minoxidil tem sido usado na Europa e nos EUA como opção de tratamento de primeira linha em crianças e adultos que não desejem corticoterapia intralesional ou que prefiram essa opção; no entanto, não está claro se os pacientes atingem um crescimento de novos fios cosmeticamente aceitável.

Alguns médicos receitam corticosteroide oral em uma tentativa de deter a rápida progressão da queda de cabelos que acontece em alguns casos. A injeção intramuscular ou intravenosa pode ser uma opção quando houver contraindicação à terapia oral.[2] No entanto, devido à gravidade potencial dos efeitos colaterais de curto e longo prazo dos corticosteroides sistêmicos, a terapia de manutenção de longo prazo não é recomendada.[2][23]

Queda de cabelos extensa

Pacientes com queda de cabelos extensa ou que não respondem bem às medidas descritas acima devem ser encaminhados a um especialista para tratamento adicional.

Pode-se testar a imunoterapia tópica com 1-cloro-2,4-dinitrobenzeno (DNCB), difenilciclopropenona (DPCP) ou éster dibutílico do ácido esquárico (SADBE). Primeiro, o paciente deve ser sensibilizado ao composto escolhido. Para tanto, deve-se aplicar o composto em uma pequena área de pele no ombro, na coxa ou no couro cabeludo em uma concentração de 2%. Após aguardar um mínimo de 2 semanas para permitir que uma reação alérgica se desenvolva, o paciente pode ser tratado ou testado para determinar qual concentração utilizar. Um método consiste em realizar um teste de contato através da aplicação de concentrações que variem entre 0.1% e 0.000001% sob oclusão por 2 dias. Dessa forma, a concentração mais fraca que causar eritema pode ser prescrita ao paciente para que ele aplique em casa. Alguns médicos preferem apenas escolher uma concentração com a qual iniciar o tratamento e ajustá-la com base na reação. Alguns preferem aplicar o medicamento no consultório semanalmente. Os efeitos colaterais incluem dermatite de contato, linfadenopatia e hiper ou hipopigmentação. O cabelo pode levar de 1 mês a um ano para começar a crescer, porém a média é de 5 a 6 meses.

Outros tratamentos testados

A antralina é um irritante e, devido aos efeitos adversos de irritação e manchas e à incerteza sobre sua eficácia, não é utilizada com frequência. O psoraleno e o UV-A deixaram de ser utilizados devido à incerteza sobre sua eficácia e ao risco elevado de câncer de pele em longo prazo. Há vários relatórios sobre agentes biológicos utilizados na AA com resultados decepcionantes, incluindo alefacepte, efalizumabe e etanercepte.

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