Considerações de urgência

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Hemoptise maciça

A hemoptise maciça é uma emergência médica e requer tratamento imediato. A hemoptise maciça é definida como a expectoração de sangue de uma fonte abaixo da glote que excede 600 mL de sangue ao longo de um período de 24 horas ou 150 mL de sangue (que pode inundar o espaço morto do pulmão) ao longo de um período de 1 hora.

A hemoptise maciça pode também ser diagnosticada por características clínicas tais como comprometimento das vias aéreas (obstrução, aspiração, hipoxemia, necessidade de intubação), instabilidade hemodinâmica ou necessidade de transfusão de sangue.[3]

Especialistas recomendam uma abordagem de etapas para tratar a hemoptise maciça:

1. Estabilização inicial

As prioridades iniciais são a avaliação da necessidade de intubação ou ventilação mecânica e a proteção do pulmão que não apresenta sangramento. É fundamental manter as vias aéreas, a respiração e a circulação - procedimento/método conhecido como ABC (Airway, Breathing e Circulation). Coagulopatia, trombocitopenia e disfunção plaquetária devem ser identificadas e revertidas imediatamente, e hemoderivados devem estar prontamente disponíveis.

2. Proteção do pulmão sem sangramento

Se a hemoptise for ativa e unilateral, há risco de extravasamento de sangue para o pulmão sem sangramento, e ação rápida deve ser adotada para proteger o pulmão sem sangramento. O paciente pode ser colocado em decúbito lateral com o pulmão sangrando para baixo em uma posição dependente.[5] Como alternativa, o pulmão sem sangramento pode ser intubado seletivamente com o maior tubo endotraqueal disponível. Um tubo endotraqueal de lúmen duplo tem um papel muito limitado no manejo da hemoptise maciça, devido à complexidade de sua colocação adequada, à necessidade de experiência significativa do operador e aos pequenos tamanhos do lúmen, que não permitem espaço para a broncoscopia terapêutica.[5]

3. Intervenção nas vias aéreas e controle do sangramento

Assim que o paciente estiver estabilizado e a parte do pulmão sem sangramento for protegido, deve-se realizar uma broncoscopia inicial. O controle das vias aéreas pode ser obtido por broncoscopia flexível através de um tubo endotraqueal de calibre grosso ou através do tubo do broncoscópio rígido. A broncoscopia rígida é uma forma segura e eficaz de proteger as vias aéreas com o controle terapêutico do sangramento.[7][28][29][30] Um bloqueador endobrônquico ou balão de Fogarty pode ser colocado no brônquio sangrando para tamponamento do local do sangramento.

A arteriografia brônquica com embolização da fonte de sangramento pode ser usada como uma intervenção diagnóstica e terapêutica quando disponível, mas a taxa de recorrências pode ser alta.[31][32][33]​​​

4. Consideração cirúrgica

Para pacientes que não respondem à embolização ou a outras técnicas minimamente invasivas, a intervenção cirúrgica deve ser considerada. Algumas causas de hemoptise, como estenose mitral, vazamento de aneurisma aórtico, ruptura iatrogênica da artéria pulmonar, lesão traumática do tórax, fístula traqueoinominada, bronquiectasia focal ou aspergiloma resistente a outras terapias, devem ser tratadas cirurgicamente.[5] O cirurgião torácico deve estar envolvido desde o início no cuidado de pacientes com hemoptise maciça, e uma abordagem multidisciplinar é necessária para otimizar o desfecho.[34]

5. Outro

As terapias-ponte com potencial para reduzir a gravidade do sangramento incluem ácido tranexâmico nebulizado ou broncoscópico, lavagem com soro fisiológico frio, adrenalina local, injeção broncoscópica de fibrinogênio-trombina e cola tecidual.[35][36][37][38][39][40][41][42]

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