Abordagem

O controle sintomático é o pilar do tratamento. O tratamento baseia-se nos sintomas da paciente e nos achados físicos.

Mastalgia

Para pacientes que apresentam mastalgia, as opções de primeira linha são tranquilização, mudanças de estilo de vida, entre elas, evitar alimentos e bebidas que contenham cafeína e usar sutiãs que proporcionem uma sustentação adequada das mamas, além da modificação do esquema de terapia de reposição hormonal (em mulheres menopausadas). Se necessário, poderão ser usados analgésicos não narcóticos (por exemplo, paracetamol, aspirina, ibuprofeno) como coadjuvantes.

Já se sugeriu que a deficiência na prostaglandina E decorrente de uma deficiência em seu ácido gama-linolênico (GLA) precursor possa tornar o tecido mamário mais sensível à elevação normal da prolactina durante a fase lútea do ciclo menstrual.[22] O GLA é o componente ativo do óleo de prímula. Apesar das evidências de falta de eficácia, pode ser apropriado adicionar óleo de prímula às medidas de suporte iniciais caso a dor persista, independentemente do tratamento e das orientações, ou se já tiver sido intensa ou prolongada no momento da apresentação inicial. É necessário realizar um teste terapêutico de 3 a 6 meses para se observar um efeito definitivo.[23]

Se a mastalgia for intensa, tiver duração superior a 6 meses e interferir, de forma significativa, nas atividades diárias, é possível considerar terapia hormonal com tamoxifeno, bromocriptina ou danazol, seja a dor cíclica ou não cíclica.[24][25][26] Devido à natureza recorrente e longa duração desses sintomas, podem ser indicados vários meses de terapia.[13][27]

Linhaça e géis anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) tópicos, como diclofenaco, são considerados úteis pela Society of Obstetricians and Gynaecologists of Canada (SOGC) para o tratamento da mastalgia.[28] Não há evidências da eficácia da linhaça e, embora alguns dados deem suporte ao uso de AINEs, nenhuma dessas opções é recomendada como tratamento de rotina.[29] A vitamina E, a soja e o pimenteiro silvestre (vitex agnus castus) já foram estudados para o tratamento de mastalgia cíclica; no entanto, as evidências que dão suporte ao uso dessas opções são limitadas.[30]

Cistos mamários

Recomenda-se a aspiração dos cistos mamários sintomáticos. A aspiração repetida ou a excisão do cisto pode ser indicada em casos de cistos recorrentes.[31]Não é necessário que cistos mamários não dolorosos contendo fluido (confirmados como cisto simples com uma ultrassonografia) sejam drenados, a menos que sejam incômodos para a paciente ou haja outras preocupações.[32]

Massa mamária

Em pacientes com massa mamária, é necessário realizar um diagnóstico preciso a fim de excluir câncer de mama ou identificar histologia de alto risco. Se a biópsia revelar mama fibrocística sem atipia, não será necessário realizar uma terapia adicional. Em caso de evidências de hiperplasia ductal atípica, é aconselhável remover toda a lesão e considerar estratégias de redução do risco de câncer de mama.[20][33][34]

Descarga mamilar

Em pacientes com descarga mamilar não suspeita, não é necessário realizar uma intervenção adicional. A tranquilização e a observação são suficientes.

No entanto, pacientes com descarga mamilar associada a massa palpável ou anormalidade mamográfica devem ser encaminhadas imediatamente a um cirurgião. A consulta a um especialista deve ser providenciada quando há uma suspeita de descarga mamilar, mesmo quando não há massa palpável e a mamografia é normal.[35]

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