Considerações de urgência

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Emergências obstétricas

Uma redução súbita na contagem plaquetária no terceiro trimestre de gestação pode indicar síndrome HELLP [hemólise, testes da função hepática elevados, plaquetopenia]). Essa condição está associada à deterioração fetal e materna progressiva e, muitas vezes, rápida. A avaliação e o tratamento obstétricos são essenciais. Geralmente, o parto imediato é uma consideração de urgência.[19][23]

Sangramento devido a trombocitopenia grave

O objetivo imediato é interromper o sangramento.

É necessária a observação estrita dos estados respiratório e cardiovascular. O suporte com fluidoterapia intravenosa e os agentes inotrópicos positivos são administrados de acordo com o requerido.

A anamnese e o exame físico minuciosos, seguidos por hemograma completo e esfregaço de sangue periférico, geralmente são suficientes para orientar o tratamento inicial. O tempo de protrombina, o tempo de tromboplastina parcial ativada e o fibrinogênio podem ajudar a distinguir a coagulação intravascular disseminada da púrpura trombocitopênica trombótica. A TC de crânio deve ser realizada quando houver suspeita de hemorragia intracraniana.

Deve ser retirado qualquer anticoagulante ou antiplaquetário.[24]

Pacientes com trombocitopenia grave decorrente de PTI frequentemente recebem imunoglobulina e glicocorticoides IV. Agentes antifibrinolíticos podem ser utilizados para casos de sangramento com risco de vida associado à PTI.[4][24][25]

A transfusão de plaquetas pode ser útil mesmo na trombocitopenia causada por destruição imunológica de plaquetas.[24]

Sepse

A sepse é um espectro de doença na qual existe uma resposta sistêmica e desregulada do hospedeiro a uma infecção.[26] A apresentação varia desde sintomas sutis e inespecíficos (por exemplo, indisposição com temperatura normal) a sinais graves com evidências de disfunção de múltiplos órgãos e choque séptico. Os pacientes podem apresentar sinais de taquicardia, taquipneia, hipotensão, febre ou hipotermia, enchimento capilar lentificado, pele manchada ou pálida, cianose, estado mental recém-alterado, débito urinário reduzido[27] A sepse e o choque séptico são emergências médicas.

Os fatores de risco para sepse incluem: idade abaixo de 1 ano, idade acima de 75 anos, fragilidade, imunidade prejudicada (devido a doença ou medicamentos), cirurgia recente ou outros procedimentos invasivos, qualquer violação da integridade da pele (por exemplo, cortes, queimaduras), uso indevido de drogas intravenosas, acessos venosos ou cateteres, gravidez ou gravidez recente.[27]

O reconhecimento precoce da sepse é essencial porque o tratamento precoce melhora os desfechos.[27][28][Evidência C][Evidência C]​​​​​ Contudo, a detecção pode ser desafiadora porque o quadro clínico da sepse pode ser sutil e inespecífico. Portanto, um limiar baixo para suspeitar de sepse é importante.

A chave para o reconhecimento precoce é a identificação sistemática de qualquer paciente que tenha sinais ou sintomas sugestivos de infecção e esteja em risco de deterioração devida a disfunção orgânica. Várias abordagens de estratificação de risco foram propostas. Todas contam com uma avaliação clínica estruturada e o registro dos sinais vitais do paciente.[27][29][30]​​​[31][32]​ É importante consultar as orientações locais para obter informações sobre a abordagem recomendada pela sua instituição. A cronologia das investigações e tratamentos deve ser orientada por essa avaliação inicial.[31]

A Surviving Sepsis Campaign produziu diretrizes de tratamento que constituem ainda hoje o padrão mais amplamente aceito.[28][33] O tratamento recomendado para os pacientes com suspeita de sepse é:

  • Meça o nível de lactato e realize novamente a medição caso o lactato inicial esteja elevado (>2 mmol/L [>18 mg/dL]).

  • Obtenha hemoculturas antes de administrar antibióticos.

  • Administrar antibióticos de amplo espectro (com cobertura para Staphylococcus aureus resistente à meticilina [MRSA], se houver alto risco de MRSA) para os adultos com possível choque séptico ou alta probabilidade de sepse.

  • Para os adultos com sepse ou choque séptico com alto risco de infecção fúngica deve-se administrar terapia antifúngica empírica.

  • Comece uma administração rápida de cristaloides se houver hipotensão ou um nível de lactato ≥4 mmol/L (≥36 mg/dL). Consulte os protocolos locais.

  • Administre vasopressores de maneira periférica se o paciente estiver hipotenso durante ou após a ressuscitação fluídica para manter uma PAM ≥ 65 mm Hg, em vez de protelar o início até que um acesso venoso central esteja assegurado. A noradrenalina é o vasopressor de primeira escolha.

  • Para os adultos com insuficiência respiratória hipoxêmica induzida por sepse deve-se administrar oxigênio nasal de alto fluxo.

Idealmente, essas intervenções devem começar na primeira hora após a identificação da sepse.[33]

Para pacientes com possível sepse sem choque, se a preocupação relativa à infecção persistir, deve-se administrar antibióticos até 3 horas após o reconhecimento inicial de sepse.[28] Para os adultos com baixa probabilidade de infecção e sem choque, os antibióticos podem ser postergados e enquanto se continua a monitorar o paciente de maneira rigorosa.[28]

Para obter mais informações sobre sepse consulte nossos tópicos [Tópico relacionado: Sepse em adultos] e [Tópico relacionado: Sepse em crianças].

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