Diagnósticos diferenciais

comuns

Lesões da articulação patelofemoral

História

dor no aspecto anterior do joelho; episódios de subluxação ou luxação; dor anterior do joelho ao agachar, sentar ou levantar-se de uma cadeira; dificuldade em subir ou descer escadas e em realizar exercícios de extensão do joelho; crepitação com amplitude de movimento (ADM) ativo do joelho; pode ocorrer "travamento" ou "fisgada"[6]

Exame físico

dor à palpação do polo inferior da patela (tendinopatia patelar), polo superior da patela, bursa pré-patelar, bursa infrapatelar profunda, bursa anserina, bursa bíceps-ligamento colateral fibular (LCF), plica suprapatelar medial, coxim gorduroso retropatelar e bursa do semimembranoso; aumento na translação lateral durante o teste de apreensão patelar lateral realizado com o joelho flexionado em 45°; aumento da subluxação medial da patela nos primeiros 0° a 40° da flexão do joelho;[11] crepitação retropatelar com translação da patela no sulco troclear

Primeira investigação
  • radiografia tangencial da patela (incidência do "sol nascente"):

    estreitamento do espaço da articulação patelofemoral lateral ou medial, inclinação ou subluxação patelar; patela bipartida (presente em 2% da população, envolve o aspecto superolateral da patela) e pequenas fraturas por avulsão do ligamento patelofemoral medial do aspecto medial da patela ou formação de osteófitos do compartimento lateral, medial ou patelofemoral do joelho

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  • radiografia lateral:

    avaliação da altura patelar (e comparação com o lado contralateral) para procurar por patela alta ou patela baixa (quando a patela está muito baixa no fêmur); formação de osteófitos na articulação patelofemoral

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Outras investigações
  • RNM:

    lesões do ligamento patelofemoral medial, estruturas retinaculares laterais e cartilagem articular da patela e sulco troclear podem ser avaliadas; a cartilagem articular da patela e o sulco troclear também pode ser observados em sequências sagitais, assim como quaisquer rupturas do tendão do quadríceps ou tendão patelar

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Lesão do ligamento cruzado anterior (LCA)

História

subluxação em torção, giro ou pivô; alguns pacientes podem sentir a subluxação quando ela ocorre, outros pacientes não conseguem senti-la e, portanto, podem, com frequência, apresentar quedas em decorrência da lesão

Exame físico

aumento na translação anterior durante o teste de Lachman e o teste de gaveta anterior em comparação com o joelho contralateral;[12] teste de gaveta anterior positivo na rotação externa; teste do ressalto (pivot shift) positivo

Primeira investigação
  • radiografia anteroposterior (AP) ortostática:

    descarta fraturas ou qualquer artrite ou subluxação da articulação significativas

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  • radiografia lateral:

    possível estreitamento do espaço articular nos aspectos anterior e posterior do joelho, e possível subluxação anterior da tíbia no fêmur (em caso de lesão crônica do LCA); avaliação de possíveis fraturas com impactação do côndilo femoral lateral anterior ou platô tibial lateral

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Outras investigações
  • artroscopia:

    visualização direta da lesão do LCA; avaliação de ruptura do menisco

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  • RNM:

    ruptura do LCA; ruptura do menisco ou contusão óssea concomitante

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  • Artrometria KT-1000 ou KT-2000:

    aumento da translação tibial anterior >3 mm geralmente indica uma ruptura do LCA; valores de KT entre 0-3 mm geralmente indicam um LCA intacto ou um enxerto de reconstrução do LCA

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Lesões do ligamento colateral medial e instabilidade em valgo associada

História

sensação de movimentação de lado a lado com atividades; dificuldade na torção ou giro; dificuldade em correr ou girar; impulsão da articulação em pacientes com artrite de compartimento medial ou pseudolassidão do compartimento medial

Exame físico

aumento na abertura em valgo em extensão e em flexão a 30°; é importante diferenciar a verdadeira abertura da interlinha articular do aumento do movimento decorrente do colapso da linha da articulação e pseudolassidão, que pode ser encontrada em pacientes com artrite do compartimento medial

Primeira investigação
  • radiografia anteroposterior (AP) ortostática:

    útil para procurar fraturas por avulsão do ligamento colateral medial superficial ou evidências de ossificação heterotópica (doença de Pellegrini-Stieda é a calcificação de uma lesão prévia antiga do ligamento colateral medial)

Outras investigações
  • radiografia sob estresse em valgo:

    aumento na abertura do espaço da articulação medial quando da aplicação de carga; abertura do compartimento medial >3.2 mm se correlaciona com uma ruptura de ligamento colateral medial superficial completa; abertura medial de >9.8 mm se correlaciona com uma lesão do joelho na cápsula medial de grau III[27]

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  • RNM:

    sequências de RNM coronais são muito úteis para avaliar a localização de uma ruptura do ligamento colateral medial (meniscofemoral ou meniscotibial) ou diferenciar rupturas parciais das completas; também pode revelar avulsões da inserção ou ruptura de substância média das estruturas mediais do joelho

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Lesão do joelho posterolateral e instabilidade em varo associada

História

sensação de movimentação de lado a lado do joelho com atividade; fraqueza do pé e tornozelo que pode ser secundária a uma neuropraxia de nervo fibular comum concomitante ou lesão completa

Exame físico

aumento da abertura em varo na extensão indica lesão do canto posterolateral associada a uma lesão do ligamento cruzado anterior e/ou do ligamento cruzado posterior; aumento da abertura em varo na flexão do joelho a 30° indica uma lesão do canto posterolateral combinada ou isolada; teste de gaveta posterolateral positivo; rotação de 15° mais externa quando comparada com o joelho contralateral no teste de rotação externa pronada a 30° na flexão do joelho; teste do ressalto (pivot shift) reverso positivo; impulsão dinâmica do joelho com a marcha

Primeira investigação
  • radiografia anteroposterior (AP) ortostática:

    útil para descartar fraturas por avulsão do fêmur, tíbia (fraturas de Segond) ou cabeça fibular (fraturas arqueadas)

  • radiografia lateral:

    útil para descartar fraturas da cabeça fibular (arqueadas) ou fraturas do platô tibial

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Outras investigações
  • radiografia sob estresse em varo:

    aumento na abertura do espaço da articulação lateral quando da aplicação de carga; abertura de >2.7 mm se correlaciona com uma ruptura de ligamento colateral fibular; abertura de >4.0 mm se correlaciona com uma lesão do joelho posterolateral de grau III[28]

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  • RNM:

    sequências coronal, coronal oblíqua e sagital (1.5 ou 3 tesla, cortes finos para incluir toda a cabeça fibular)[29]

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Lesão do ligamento cruzado posterior (LCP)

História

história de mecanismo de hiperextensão ou golpe no aspecto anterior do joelho; dificuldade em descer escadas ou descer ladeiras

Exame físico

aumento na translação posterior comparado com o joelho contralateral no teste de gaveta posterior; posteriorização da tíbia em relação ao fêmur (sinal de gravidade posterior); teste ativo do quadríceps positivo

Primeira investigação
  • radiografia anteroposterior (AP):

    avulsões ósseas do ligamento cruzado posterior da tíbia ou fraturas concomitantes

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  • radiografia lateral:

    estreitamento do espaço da articulação nos aspectos anterior e posterior do joelho; subluxação posterior da tíbia no fêmur; avulsão óssea do LCP da tíbia

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Outras investigações
  • radiografia sob estresse do LCP (de joelhos):

    a diferença de translação posterior observada entre os joelhos normais é de 0-2 mm; rupturas do ligamento cruzado posterior parciais apresentam aumento da translação posterior de 2-7 mm; rupturas completas do LCP apresentam aumento de 8-11 mm da translação posterior, enquanto lesões do LCP combinadas (graves) apresentam ≥12 mm de aumento na translação posterior do joelho lesionado em comparação com o lado contralateral normal, indicando uma lesão do joelho posteromedial e/ou posterolateral concomitante[30]

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  • artroscopia:

    visualização direta da lesão do LCP; avaliação das rupturas de menisco concomitantes ou abertura do espaço da articulação lateral ou medial indicando lesão ligamentar combinada

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  • RNM:

    sequências de RNM de densidade de prótons ou T2 mostram edema na substância do ligamento e possível estiramento ou ruptura do ligamento; lesões concomitantes das estruturas posterolaterais ou ruptura da raiz do menisco medial

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Ruptura do menisco

História

dor na interlinha articular ao longo do lado afetado,[6] dor à flexão máxima do joelho ou com agachamento profundo dos joelhos quando houver rupturas sintomáticas do corno posterior do menisco; dificuldade de torção e giro ou ao chutar um objeto

Exame físico

ausência de flexão ou extensão total; crepitação na interlinha articular e dor diretamente acima da interlinha articular;[6] avaliação positiva para ruptura do menisco; dor à flexão máxima do joelho

Primeira investigação
  • radiografia anteroposterior (AP) ortostática:

    a diminuição do espaço da articulação pode indicar alguma alteração artrítica subjacente; a calcificação do menisco é compatível com condrocalcinose

  • radiografia lateral do joelho:

    osteófitos na interlinha articular anterior ou posterior podem indicar algum processo artrítico subjacente; a calcificação do menisco é compatível com condrocalcinose

Outras investigações
  • RNM:

    planos sagitais: rupturas nos cornos anterior e posterior do menisco; corte coronal: rupturas do menisco medial distante e lateral distante e rupturas em retalho

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  • radiografia axial da patela a 45° (incidência do "sol nascente"):

    osteófitos ao longo do côndilo femoral lateral ou medial afetado podem indicar alterações artríticas

  • radiografia AP ortostática a 45° (incidência de Rosenberg):

    estreitamento do espaço da articulação em um paciente com meniscectomia parcial prévia ou meniscectomia subtotal

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  • artroscopia:

    cartilagem do menisco rompida ou inserções da raiz do menisco

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Fratura exposta

História

a laceração se estende até a fratura associada; qualquer laceração ao redor do joelho com uma fratura subjacente precisa ser considerada uma fratura exposta até que se prove o contrário

Exame físico

deformidades e lacerações ao redor do joelho lesionado; os pulsos podem estar ausentes ou diminuídos se uma lesão vascular estiver presente; a sensação ou função motora podem estar diminuídas ou ausentes se houver lesão associada do nervo

Primeira investigação
  • radiografia lateral e anteroposterior (AP):

    fratura ou luxação

Outras investigações
  • Tomografia computadorizada (TC):

    fratura complexa do fêmur, tíbia ou patela

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Dor referida no joelho

História

muitas vezes presente como dor anterior do joelho; história de lesão/patologias prévias no quadril; pacientes mais velhos; epifisiólise proximal do fêmur em adolescentes com sobrepeso

Exame físico

movimento diminuído; dor na virilha (dor verdadeira no quadril) ou dor referida no joelho (flexão e rotação do joelho) durante a avaliação da amplitude de movimento do quadril; em adolescentes avaliados para a presença de epifisiólise proximal do fêmur usando o teste de rotação

Primeira investigação
  • radiografia pélvica anteroposterior (AP):

    na osteoartrite haverá evidência de osteófitos, estreitamento do espaço da articulação e esclerose subcondral; na epifisiólise proximal do fêmur, há evidências de deslocamento posterior ou alargamento da epífise; no pinçamento femoroacetabular, há evidência de proeminência óssea do colo superior do fêmur

Outras investigações
  • radiografia do quadril lateral em posição de rã:

    na osteoartrite haverá evidência de osteófitos, estreitamento do espaço da articulação e esclerose subcondral; na epifisiólise proximal do fêmur, há evidências de deslocamento posterior ou alargamento da epífise; para pinçamento femoroacetabular, há um aumento na proeminência óssea ao longo do colo superior do fêmur

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  • ressonância nuclear magnética (RNM) do quadril:

    irá revelar evidências de uma epifisiólise sutil não evidente na radiografia; também é útil para demonstrar fraturas de estresse ou rupturas acetabulares

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Incomuns

Fratura da patela

História

trauma direto ao aspecto anterior do joelho, por exemplo, em um painel de instrumentos em um acidente automobilístico; queda sobre o joelho em uma posição semiflexionada, causando a contração forçada do quadríceps

Exame físico

deformidade ou encurtamento da articulação; inchaço por derrame ou hemartrose e/ou contusões; dor intensa ao movimento; extensão limitada do joelho; os pulsos podem estar ausentes ou diminuídos se uma lesão vascular estiver presente; a sensação ou função motora podem estar diminuídas ou ausentes se houver lesão associada do nervo

Primeira investigação
  • radiografia lateral e anteroposterior (AP):

    fratura da patela

  • radiografia tangencial da patela (incidência do "sol nascente"):

    fratura da patela; patela bipartida (presente em 2% da população, envolve o aspecto superolateral da patela)

Outras investigações
  • Tomografia computadorizada (TC):

    fratura complexa do fêmur, tíbia ou patela

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Fratura do côndilo femoral

História

queda sobre o joelho flexionado; queda de altura; carga vertical em uma deformidade existente em valgo ou varo no joelho; osteoporose existente

Exame físico

deformidade ou encurtamento da articulação; inchaço por derrame ou hemartrose e/ou contusões; dor intensa ao movimento; lesão dos tecidos moles; extensão limitada do joelho; os pulsos podem estar ausentes ou diminuídos se uma lesão vascular estiver presente; a sensação ou função motora podem estar diminuídas ou ausentes se houver lesão associada do nervo

Primeira investigação
  • radiografia lateral e anteroposterior (AP):

    fratura do côndilo femoral

Outras investigações
  • radiografia em incidência oblíqua:

    fratura do côndilo femoral; pode apresentar uma fratura de orientação oblíqua

  • Tomografia computadorizada (TC):

    fraturas complexas que também podem envolver a tíbia e a fíbula; avulsões ósseas concomitantes de ligamentos ou inserções do menisco

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Fratura do platô tibial

História

mecanismo de lesão envolvendo força em valgo (por exemplo, golpeado por um para-choque), compressão (por exemplo, ao saltar com paraquedas) ou ambos; pode ser incapaz de suportar o peso

Exame físico

deformidade ou encurtamento da articulação; inchaço por derrame ou hemartrose e/ou contusões; lesão de tecidos moles; pode haver dor intensa ao movimento; os pulsos podem estar ausentes ou diminuídos se uma lesão vascular estiver presente; a sensação ou função motora podem estar diminuídas ou ausentes se houver lesão nervosa associada

Primeira investigação
  • radiografia lateral e anteroposterior (AP):

    fratura do platô tibial ou subluxação da articulação

    Mais
  • radiografia em incidência oblíqua:

    fratura do platô tibial e deslocamento do espaço da articulação

    Mais
Outras investigações
  • Tomografia computadorizada (TC):

    fratura do platô tibial ou fratura complexa

Luxação

História

lesões de alta velocidade do joelho com instabilidade macroscópica; luxações de fratura

Exame físico

deformidade do alinhamento tibiofemoral; as lacerações associadas podem indicar uma fratura exposta ou uma luxação; diminuição dos pulsos posterior tibial e pedioso; a diminuição da sensibilidade tátil no membro inferior precisa ser avaliada na distribuição dos nervos tibial e fibular comum; exame motor anormal das funções motoras dos nervos tibial e fibular comum precisa ser avaliado para descartar lesão nervosa

Primeira investigação
  • radiografia lateral e anteroposterior (AP):

    fratura ou luxação; avulsões ósseas do ligamento ou anexos do menisco

    Mais
Outras investigações
  • RNM:

    ruptura do ligamento ou outra lesão do joelho; avaliação da lesão da cartilagem articular ou meniscal associada

    Mais
  • arteriograma ou angiotomografia:

    solução da continuidade da artéria poplítea ao redor do joelho em lesão vascular concomitante; visualização das túnicas íntimas da artéria poplítea

    Mais

Infecção

História

dor significativa, vermelhidão, calor e inchaço ao redor do joelho; história de cirurgia recente, fratura exposta recente ou lacerações com aumento de dor, calor ou inchaço

Exame físico

vermelhidão ou inchaço e aumento da temperatura

Primeira investigação
  • radiografia lateral e anteroposterior (AP):

    normal

Outras investigações
  • velocidade de hemossedimentação:

    elevada significativamente acima do valor "normal"

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  • proteína C-reativa:

    elevado

  • Hemograma completo com diferencial:

    elevado, especialmente com um desvio à esquerda (aumento de neutrófilos) no diferencial

  • aspiração (celularidade, diferencial celular, coloração de Gram, culturas aeróbia/anaeróbia):

    Leucócitos >50,000/microlitro; desvio à esquerda no diferencial de leucócitos indica possível infecção; coloração de Gram e cultura de aeróbios/anaeróbios pode mostrar evidências de infecção bacteriana

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