Abordagem
A queda de cabelos padrão caracteriza-se pelo afinamento do cabelo do couro cabeludo que ocorre de forma progressiva e padronizada. Há uma conversão gradual do cabelo terminal (longo, grosso e pigmentado) em pelos velus (curto, fino e despigmentado). A doença afeta homens e mulheres.
História geral e exame físico
Os pacientes geralmente apresentam raleamento gradual do cabelo. A anamnese deve incluir o início, a duração e o local da queda de cabelo, história familiar de alopecia, história nutricional e história de medicamentos. Não deve haver nenhuma evidência clínica de cicatrização ou inflamação nem de sinais de sensibilidade ou prurido. Os óstios foliculares devem estar preservados. Deve-se descartar qualquer história médica pregressa de um distúrbio autoimune ou inflamatório.
Deve-se realizar o teste de tração de cabelo. sse teste rápido é usado para medir a densidade dos fios telógenos. Juntam-se cerca de 50 a 100 fios com o dedo polegar, o dedo médio e o indicador e puxa-se com firmeza. O teste deve ser realizado nas áreas frontal e occipital para uma comparação. A remoção de mais de 3 fios é um resultado positivo. Na queda de cabelo padronizada, o teste de tração de cabelo geralmente é negativo (≤3 fios removidos).[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Teste de tração do cabeloDo acervo de Paradi Mirmirani MD; usado com permissão [Citation ends].
O início precoce da queda de cabelos na área do vértice parece ser um marcador do início precoce de doença coronariana em indivíduos com hipertensão e/ou dislipidemia.[6][26] Portanto, pode ser apropriado fazer um questionamento e realizar exames cardiovasculares adicionais em alguns pacientes.
Características clínicas nos homens
Observa-se uma queda de cabelo simétrica, padronizada, progressiva caracterizada pela recessão bilateral e afinamento na coroa (vértice). A classificação de Norwood-Hamilton geralmente é usada para documentar a gravidade da calvície (tipos I-VII, conforme o padrão e a gravidade).[1] A doença pode ocorrer em qualquer idade, mais comumente após a puberdade, quando os níveis de androgênio se elevam. Normalmente, o primeiro sinal é uma recessão da linha capilar nas áreas bitemporais.[Figure caption and citation for the preceding image starts]: O padrão da alopecia androgenética em homens (segundo Hamilton e Norwood)Do acervo de Robert Haber, MD [Citation ends].
Características clínicas nas mulheres
A queda de cabelo é mais difusa e menos padronizada, e as pacientes geralmente apresentam o afinamento gradual dos fios na parte central do couro cabeludo, em geral no decorrer de vários anos.[7][Figure caption and citation for the preceding image starts]: Alopecia androgenética de padrão femininoDo acervo de Robert Haber, MD [Citation ends]. O exame físico mostra um alargamento da linha que reparte o cabelo, com uma redução difusa dos folículos pilosos na parte frontal e central do couro cabeludo. As linhas capilares frontais e temporais geralmente são preservadas, mas algumas mulheres desenvolvem a recessão bitemporal que se observa na alopécia androgênica masculina.[7] A classificação de Ludwig geralmente é usada para classificar a gravidade (tipos I-III, conforme a gravidade).[2] A largura da parte central também pode ser comparada à da parte occipital. O início precoce nas mulheres sugere um hiperandrogenismo patológico.[9][Figure caption and citation for the preceding image starts]: O padrão da queda de cabelos em mulheres (segundo a classificação Ludwig)Do acervo de Robert Haber, MD [Citation ends].
Investigações
É importante descartar outras causas da queda de cabelo.
Investigações laboratoriais
Uma história suspeita de doença autoimune, infecção ou anemia em homens e mulheres deve orientar a solicitação de exames laboratoriais. Isso inclui um hemograma completo com diferencial, perfil metabólico completo, fatores antinucleares, reagina plasmática rápida e estimativa de ferritina sérica.
Em mulheres saudáveis, deve-se verificar o hormônio estimulante da tireoide (TSH) e a ferritina sérica.
As mulheres com sinais de hiperandrogenismo, como hirsutismo em outras partes do corpo, ciclos menstruais irregulares ou acne vulgar grave, exigem uma análise laboratorial de sulfato de prasterona (DHEA) sérico, níveis de testosterona total e livre e globulina ligadora de hormônios sexuais.[7] O distúrbio mais comum do excesso de androgênio é a síndrome do ovário policístico (SOPC). Outras causas são tumores adrenais, hiperplasia adrenal ou hiperprolactinemia.[9]
Dermatoscopia (microscopia de epiluminescência)/tricoscopia
Em geral não é necessária mas pode ser usada para examinar o estágio de desenvolvimento do couro cabeludo e dos fios, e para fazer a distinção de outras formas de alopécia não cicatriciais.
Biópsia de pele
Em geral não é necessária mas pode ser útil para fazer a distinção de outras formas de alopécia não cicatriciais.[15] As seções horizontais de uma biópsia do couro cabeludo fornecem informações importantes sobre a razão entre os fios terminais e pelos velus e a razão entre os fios da fase telógena (isto é, de descanso) e da fase anágena (isto é, de crescimento ativo). Não houve achados significativos de inflamação. Pode-se encontrar, no entanto, tratos fibrosos em volta dos folículos pilosos miniaturizados.
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