Abordagem

Esse quadro clínico pode estar presente em qualquer idade e com sintomas variados. O diagnóstico inicial é clínico. O caso de cada paciente precisa ser investigado e tratado de forma adequada, sendo comum uma demora até que os pacientes recebam tratamento.

Os critérios diagnósticos para a rinossinusite crônica, de acordo com a American Academy of Otolaryngology, são os seguintes:[20]

Doze semanas ou mais com dois ou mais dos seguintes sinais e sintomas:

  • Drenagem mucopurulenta (anterior, posterior ou ambas)

  • Obstrução nasal (congestão)

  • Dor/pressão/preenchimento facial

  • Diminuição do olfato

A inflamação é documentada por um ou mais dos seguintes achados:

  • Muco purulento (não claro) ou edema no meato médio ou região etmoidal anterior

  • Pólipos na cavidade nasal ou no meato médio, e/ou

  • Por imagem radiográfica revelando inflamação dos seios paranasais

Avaliação clínica

As características da história que precisam ser pesquisadas incluem a duração dos sintomas nasais presentes e prévios, os fatores de exacerbação/alívio, cirurgia nasal/ de seio paranasal prévia, os medicamentos em uso, os tratamentos prévios e a duração. É necessário estabelecer a presença de sintomas sugestivos de rinite alérgica (prurido sazonal ou perene, espirros, rinorreia clara, congestão ou irritação ocular) e de asma concomitantes. Ao exame físico, a palpação de áreas sobrepostas aos seios paranasais maxilares e frontais (testa) pode induzir dor, se infectadas. No entanto, isto não é consistente em todos os pacientes e é mais significativo na rinossinusite aguda do que na rinossinusite crônica.

Investigações

Todos os pacientes devem ser submetidos a rinoscopia anterior: um exame nasal que pode ser realizado pelo uso de um espéculo nasal e uma fonte luminosa ou até mesmo de um otoscópio.


Como examinar a cavidade nasal
Como examinar a cavidade nasal

Vídeo explicando como realizar um exame do nariz e da cavidade nasal


​​ A endoscopia nasal é preferível quando o paciente é encaminhado a um especialista; ele fornece informações completas sobre as vias de drenagem do trato sinusal.[3][21]​​​ Ambos os exames podem revelar secreção nasal de coloração alterada/gotejamento pós-nasal, pólipos nasais/mucosa polipoide, edema ou eritema no meato médio (área lateral ao corneto médio), além de edema generalizado/localizado, eritema ou tecido de granulação na cavidade nasal.

Geralmente, não se recomenda a realização de tomografia computadorizada dos seios da face (sem contraste) quando se trata de primeira manifestação dos sintomas. Nesse caso, o diagnóstico deve ser obtido por história e exame físico. Aqueles pacientes que não apresentarem melhora com o tratamento clínico deverão ser submetidos a uma TC dos seios da face pós-tratamento clínico para confirmar o diagnóstico, a extensão do estágio da doença e para a avaliação da anatomia para intervenção cirúrgica.[22] Os achados confirmatórios em exames de imagem incluem espessamento da mucosa, opacificação do seio nasal, pólipos ou cistos de retenção e paredes do seio escleróticas e espessadas.[23] Imagens coronais em cortes contíguos de 1 a 3 mm permitem uma avaliação excelente dos quatro seios nasais (maxilar, etmoidal, frontal e esfenoidal) e das suas vias de saída. Os exames de ressonância nuclear magnética são auxiliares à TC e normalmente são reservados aos pacientes com suspeita de extensão intracraniana de doença sinusal inflamatória, doença fúngica ou neoplasia.[23] Será necessário encaminhamento a um especialista no caso de rinossinusite recorrente ou refratária, bem como para confirmar o diagnóstico de rinossinusite crônica.

A rinite alérgica é um fator predisponente comum e o teste para alergias (teste por arranhadura, intradérmico ou determinação de IgE específica in vitro) pode ser usado para avaliar pacientes com suspeita de alergia. Em geral, não há a necessidade de culturas do seio nasal ou sinusal, exceto no caso de o paciente não responder à terapia empírica.

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