Etiologia

Os distúrbios endócrinos e comportamentais afetam a maioria das pacientes que apresenta amenorreia secundária.[9][10]

Alguns médicos preferem abordar as pacientes com amenorreia em função da presença ou ausência de desenvolvimento do útero e das mamas (produção de estrogênio). Outro sistema de classificação bem aceito apresentado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) divide as pacientes em grupos baseados na produção de estrogênio endógeno, níveis de hormônio folículo-estimulante, níveis de prolactina e disfunção hipotálamo-hipofisária.[11] Essa classificação é um guia que elimina vários diagnósticos baseados em informações iniciais. No entanto, ainda são necessárias investigações adicionais.

[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Classificação de amenorreia pela Organização Mundial da SaúdeCriado pelo BMJ Knowledge Centre [Citation ends].com.bmj.content.model.assessment.Caption@33ee3a28

Causa funcional

O estresse emocional pode prejudicar a função hipotalâmica, resultando em hipogonadismo hipogonadotrófico. A prática de atividades atléticas extremas, hábitos alimentares ruins ou transtornos alimentares podem afetar a menstruação.[12]

Insuficiência ovariana prematura (IOP) ou menopausa natural

A IOP sempre deve ser considerada em mulheres em idade reprodutiva que descrevem amenorreia, independente da ausência de sintomas vasomotores. Os desfechos reprodutivos e de saúde em longo prazo podem ser afetados, caso não haja diagnóstico precoce. As causas diferenciais devem ser investigadas, como anomalias cromossômicas ou distúrbios autoimunes, principalmente em mulheres com menos de 40 anos de idade, embora os mecanismos claros e as associações conclusivas não tenham sido alcançadas e aproximadamente 50% dos casos permanecem sem explicação. Uma história familiar de IOP é um fator de risco alto para a IOP idiopática, com risco elevado até 6 vezes para parentes de primeiro grau de mulheres com IOP.[13]

A IOP pode resultar diretamente de determinados agentes quimioterápicos, embora a menstruação possa voltar, dependendo da idade durante o tratamento e da terapia administrada. Também pode ocorrer após a radioterapia pélvica.

Disfunção endócrina

Uma das causas mais comuns de amenorreia secundária decorrente de disfunção ovulatória é a síndrome do ovário policístico; no entanto, outras endocrinopatias, como hipotireoidismo ou hiperprolactinemia, também devem ser consideradas.

Hipopituitarismo

Pan-hipopituitarismo, decorrente de trauma, cirurgia ou hemorragia, também pode resultar em amenorreia secundária. É provável que outras anormalidades endócrinas ocorram como resultado dessas etiologias.

Procedimentos obstétricos ou cirúrgicos

Obstruções da via de saída reprodutiva, principalmente induzidas por manipulação cirúrgica, também podem causar amenorreia secundária. A sinéquia intrauterina representa um dos exemplos mais comuns, embora seja relativamente infrequente.

Doença crônica

Doenças sistêmicas de longa duração podem afetar a menstruação por meio de vários mecanismos, inclusive perda de peso e distúrbios metabólicos.

Medicação

Vários medicamentos podem resultar em uma forma iatrogênica de amenorreia, que pode ser o desfecho desejado. Isso inclui hormônios esteroides exógenos, principalmente na forma de contracepção (progestina isolada ou compostos de estrogênio/progestina). Outros medicamentos incluem antipsicóticos que alteram as vias dopaminérgicas, afetando o gerador de pulso do GnRH.

Uso indevido de substâncias

O uso indevido de cocaína e opioides, em particular, pode causar hipogonadismo.

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