Considerações de urgência

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Acidente vascular cerebral (AVC) isquêmico

Perda completa, parcial ou unilateral de força muscular no rosto, no braço e/ou na perna é uma manifestação típica de AVC. Sintomas visuais (por exemplo, hemianopsia parcial ou completa, paralisia do olhar) também podem apresentar-se. Uma suspeita de AVC isquêmico justifica intervenção diagnóstica e terapêutica imediata a fim de reduzir o deficit e as lesões secundárias.[6][7]

A tomografia computadorizada (TC) sem contraste imediata descarta efetivamente uma hemorragia intracraniana antes da administração de agentes trombolíticos e detectar sinais de AVC isquêmico.[8][7]​​ A ressonância nuclear magnética (RNM) também é efetiva para essa finalidade.​[6][7]​​[8]

A glicose sanguínea deve ser medida e a hipoglicemia tratada.[6]

A trombólise deve ser administrada dentro de 4.5 horas após o início dos sintomas de acidente vascular cerebral.[7][9][10][11][12][13]​​​​​​​​​ A trombectomia mecânica é recomendada para determinados grupos de pacientes até 24 horas após o início de um AVC.[6]

Hemorragia intracraniana

Hemorragia subdural pode ocorrer em consequência de trauma relativamente menor e pode ser indicada por náuseas, vômitos, confusão, redução na escala de coma de Glasgow, fraqueza localizada, perda da função intestinal e fraqueza vesical.

A hemorragia subaracnoide (HSA) geralmente apresenta cefaleia intensa ("a pior de todas") de início súbito, com fotofobia, perda da consciência e paralisia do terceiro nervo craniano.

Qualquer forma de hemorragia intracraniana pode ser um processo progressivo e com risco de vida, principalmente com o aumento do número de pacientes tratados com medicamentos antiplaquetários ou anticoagulantes. Hemorragia subaracnoide e hemorragia intraventricular podem, especificamente, apresentar risco de vida caso não sejam diagnosticadas.

A tomografia computadorizada (TC) de urgência é o teste diagnóstico padrão para HSA.[7]​ Os modernos aparelhos para TC detectam a HSA em 93% dos casos, se realizada nas primeiras 24 horas após o sangramento, e em 100% dos casos quando realizada dentro de 6 horas após o início da cefaleia e interpretada por neurorradiologistas experientes.[14][15][16][17] Se o paciente apresentar suspeita de HSA, mas a TC for normal, ou se tiverem decorrido mais de 24 horas desde o início dos sintomas, pode-se realizar uma punção lombar para testar a presença de xantocromia (presença de hemoglobina degradada no líquido cefalorraquidiano). Pode haver indicação de uma intervenção endovascular ou cirurgia urgente.

Compressão da medula espinhal

Pode surgir devido a diversas etiologias. As características clínicas podem incluir dorsalgia, dormência, ou parestesias, fraqueza ou paralisia, disfunção vesical e/ou intestinal, hiper-reflexia e perda do tônus abaixo do nível da lesão suspeita. Anestesia em sela (perineal), retenção vesical e fraqueza nas pernas são característicos de síndrome da cauda equina.

A RNM imediata da coluna vertebral é o estudo de imagem de primeira escolha para suspeita de compressão da medula espinhal. O contraste com gadolínio pode ser usado quando houver suspeita de osteomielite ou abscesso epidural. A mielotomografia é geralmente reservada a pessoas com contraindicações para uma RNM. Se houver história de trauma espinhal, a TC poderá detectar fraturas, desalinhamento vertebral e edema dos tecidos moles pré-vertebrais, além da compressão da medula espinhal. A realização de um exame de imagem é fundamental para definir a extensão e a causa do problema e ajudará a definir a melhor abordagem para descompressão e tratamento definitivo.

Crise miastênica

Envolve exacerbações da miastenia gravis (MG) que exigem ventilação mecânica. A crise de MG pode ser provocada por infecções, aspiração, medicamentos (inclusive corticosteroides em altas doses), cirurgia ou trauma. Se os músculos respiratórios estiverem envolvidos, os pacientes precisarão de intubação, suporte ventilatório e terapia intensiva.[18]

Síndrome de Guillain-Barré

A síndrome de Guillain-Barré (SGB) costuma surgir após doença viral ou bacteriana, geralmente com parestesia ascendente nas mãos e nos pés, seguida por fraqueza dos membros inferiores, dorsalgia e dor nos membros inferiores e arreflexia ou hiporreflexia.

Por fim, essa polineuropatia ascendente de início rápido normalmente envolve os músculos respiratórios, o que exige intubação, suporte ventilatório e terapia intensiva. Óbito pode ocorrer devido a síndrome do desconforto respiratório do adulto, sepse, pneumonia, embolia pulmonar e parada cardíaca.

Síndrome compartimental

Geralmente ocorre após trauma ou lesão de esmagamento, é caracterizada por tensão em um compartimento muscular, com membro distal pálido e sem pulso, com redução ou perda de função sensitiva e motora. Caso haja suspeita dessa condição, é importante realizar a medição formal das pressões de compartimento. Se não for tratada (geralmente por fasciotomia cirúrgica), poderá ocorrer lesão neuromuscular rapidamente.

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